Concentração/Vigília de apoio à greve em frente ao Casino dia 9 de Novembro a partir das 19:00
Ainda havia uma réstia de esperança em relação à reunião com os representantes da concessionária do jogo na Póvoa de Varzim e com a representante do Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social. Mas a ilusão numa eventual racionalidade esfumou-se. Nenhum acordo, que tivesse em conta as considerações apostas pelos representantes dos trabalhadores em contraposição à intenção de despedimento, foi possível. Nada. E isto num momento em que não se vislumbram nem prejuízos nem sequer dificuldades de qualquer género e apenas se apontam quebras nos lucros!
Nada de reduzir gastos, escandalosamente exorbitantes, nas mordomias da administração e da direcção, a única coisa que interessa à Varzim Sol é despedir. Hoje 21 trabalhadores… e vai soprando que, a seguir, são mais 50. É a habitual táctica capitalista de terror sobre os trabalhadores, agora também em aplicação sobre os restantes 220 que, para já, ficam. Mas tudo se passa quando se prevê, no breve trecho, uma necessidade de novas admissões e exactamente nas mesmas áreas em que agora se concentram os despedimentos: vão abrir, espalhadas pelo país, salas com máquinas de jogo exploradas pelas actuais concessionárias de casinos, cujos quadros de pessoal obrigatoriamente contarão com trabalhadores com funções de caixa ou similar e de apoio aos clientes, obrigando, naturalmente, a realargar de novo a secção de pessoal agora em “reajuste”. Porquê, então, os despedimentos?
Sem pôr de lado o que parece ser um certo prazer sádico de esmagar a dignidade dos trabalhadores que acompanha a classe capitalista e os seus capitães-generais na guerra de classes em curso, um objectivo com resultados bem sonantes: consumar alterações de categorias e respectivas funções rasgando unilateralmente o AE e o CCT. A história, que antecedeu a luz do dia da intenção de despedir, diz tudo.
Aos caixas-fixos, caixas privativos e ficheiros-fixos foi proposto que, no espaço de 24 horas, assinassem um contrato de polivalência no qual se diz, entre outros pérolas de transparência, que as novas “funções consistem, entre outras, em:”, e segue uma descrição da acumulação de funções. O negrito e o sublinhado não são nossos, são da própria proposta. Quem não assinou (16), está hoje na lista de trabalhadores a dispensar.
Aos “assistentes de marketing” nem isso foi proposto: a categoria foi extinta e todos (4) estão na lista. Entretanto, foi criada outra categoria – hoje com funções ligeiramente diferentes das de assistente, amanhã se verá – a categoria de “técnico de marketing”, exigindo um pouco menos preparação e, portanto, mais barata.
No meio está também na lista um técnico de recursos humanos, que surge para dar coerência à coisa (menos pessoal no casino ⇒ menos pessoal na secção de pessoal).
Resta dizer que, significativamente, sete dos dez representantes dos trabalhadores fazem parte da lista.
E o objectivo da administração da Varzim Sol fica cumprido: novas categorias, novas funções, menos obrigações , e menos objecções às suas práticas (por exemplo, o não pagamento integral do trabalho ao fim-de-semana e incumprimento do horário). Mas não ficará! Os trabalhadores do Casino e a solidariedade do Povo oporão resistência e vencerão. Então de nada lhe valerá o suporte político do governo, nem da tróica, nem de ninguém, nomeadamente do presidente da câmara, um habitué das festas privadas pagas pela Varzim Sol, que só agora recebeu a CT, mas nada faz para impedir o desemprego.
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