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Sábado, 17 de Março de 2007

NÃO ÀS GUERRAS DE AGRESSÃO

Foi notícia, há dias, o fecho da embaixada portuguesa em Bagdade. Depois do desastre, para o povo iraquiano, resultante da infame invasão pelas tropas da "coligação anglo-americana", inicia-se a debandada. Desta feita o argumento apresentado pelo governo foi a "falta de segurança". Irónico, porque se passa no momento em que decorre em Bagdade mais uma das muitas operações de "pacificação" levadas a cabo pelas forças de ocupação do Iraque, desta vez enquadrada num vasto plano militar de "segurança", agora que passam, no próximo dia 20 de Março, quatro anos sobre o início da invasão do Iraque.

Trata-se de um sinal, embora que turtuoso, de que esse plano não terá êxito nos objectivos anunciados. Nem foi concebido para ter: os objectivos da operação não são a segurança dos iraquianos, nem sequer a aplicação da lei mas antes e simplesmente a preservação do Estado fantoche e a cobertura para inúmeras acções de guerra suja. Os números demonstram-no: durante os quatro anos de ocupação o número de vítimas civis iraquianas já ultrapassa as 650 000. Sair não saindo é a palavra de ordem escondida dos americanos desde que os democratas ganharam as eleições: a embaixada portuguesa cumpriu, a contento dos amos o seu papel, por isso fecha; os militares que cumpram o seu papel e regressarão.    

O assassinato e a execução diários de dezenas e dezenas de iraquianos das diferentes facções alimentam ódios, fomentam a guerra civil e são o alvo preferido das manobras de contra-informação militar da coligação que acusam, consoante os casos, uma ou outra facção de atentado. O objectivo é claro, deslocar as forças da resistência da luta contra a ocupação para combates fratricidas entre crentes dos diferentes credos religiosos. A "preocupação" das forças ocupantes com a possibilidade da eclosão de uma guerra civil no Iraque não passa de propaganda a favor do início dessa mesma guerra: o seu interesse é dividir para reinar.

A transparência, tão propalada de início, passou a absoluta obscuridade sobre o que se passa. O que é noticiado esconde, por um lado, as manobras de espoliação e, por outro, as manobras de tomada de posição tendo em vista futuras guerras de rapina. Para esta finalidade os EUA contam com a complacência e a conivência da UE. Do governo português, servil como sempre é, só há a esperar, caso não haja uma forte oposição popular, o apoio a essa política. Foi assim na Jugoslávia, onde se mantêm ainda tropas portuguesas de ocupação, foi assim no Afeganistão, onde foi reforçada há pouco a presença militar portuguesa. Para o presidente, no que diz respeito à política externa, o que há a reforçar é o "eixo-atlântico". Todos sabemos o que isso significa em termos de submissão e alinhamento activo com os interesses do imperialismo americano.


Resta-nos, pois, lutar.


GUERRA DO POVO À GUERRA IMPERIALISTA!


OS POVOS VENCERÃO!


NÃO À GUERRA DE AGRESSÃO!

Org. Regional do Norte do PCTP/MRPP
17 de Março de 2007

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Quinta-feira, 8 de Março de 2007

Assim está bem

Já nada é como dantes. Ainda bem!

Durante o último ano as mulheres do Porto começaram a levantar-se. Não só do Porto, de todo o país. Foram elas, muitas vezes com os filhos pela mão, que encabeçaram os bloqueios aos autocarros na luta contra a "nova rede" dos STCP; são principalmente elas que enfrentam agora  a vereação da câmara na luta contra os aumentos desmedidos e injustos das rendas; são elas que estão na primeira linha da luta contra os encerramentos de serviços básicos como as urgências e outros; são elas que estimulam os seus companheiros ao combate por uma vida mais digna. Sem elas nenhuma transformação do mundo será possível!

O exemplo das mulheres da fábrica de tecidos Cotton de Nova Iorque não foi esquecido. A fúria é cada vez mais consciente, cada vez mais política, cada vez mais dirigida aos inimigos do povo, cada vez mais dirigida ao governo. E assim está bem, e estará melhor quando este governo anti-popular for derrubado.

ABAIXO O GOVERNO SÓCRATES/CAVACO!

LEVANTAI-VOS, MULHERES DO PORTO!

LEVANTAI-VOS, MULHERES DE PORTUGAL!

LEVANTAI-VOS, MULHERES DE TODO O MUNDO!

CERRAI OS PUNHOS E LUTAI POR UM MUNDO SEM OPRESSÃO NEM EXPLORAÇÃO PARA A HUMANIDADE! 

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Quarta-feira, 7 de Março de 2007

Concorrência e interesse dos consumidores

Parece ter entrado na moda afirmar que a concorrência favorece os consumidores. Claro que para que tal pareça verdade, pressupõe-se a possibilidade da concorrência ser perfeita, qualidade que a concorrência nunca teve nem nunca terá (nessa situação teórica, que corresponderia à situação em que todos os consumidores fossem eles próprios proprietários de bens de produção e, por via disso, produtores independentes, segundo os defensores dessa teoria, a soma dos lucros de todos esses produtores seria zero, ou seja, os lucros de uns seriam os prejuízos dos outros e, a longo prazo, a tendência seria para que cada produtor individual também tivesse lucros iguais a zero, quer dizer, poderia ter lucros ou prejuízos durante um certo tempo, mas depois passaria a ter prejuízos ou lucros que compensariam esses lucros ou prejuízos, resultando um saldo nulo ao fim de certo tempo). 

Esta teoria é uma estupidez, mas mesmo assim, todos os que tem pretensões a debitar ideias sobre economia e sobre mercados nos tempos que correm, analisam a realidade como se tal teoria correspondesse à verdade. Claro que o problema não está propriamente nas análises (que, se não passassem de análises, as consequências que teriam seriam apenas o descrédito dos analistas face aos factos que se lhes opõem), o problema está nas medidas que se tomam com base nessas análises. As coisas chegaram ao ponto de ser considerado um elemento de progresso e de civilização a existência de "autoridades independentes" e institucionalizadas cujo objectivo é  "assegurar a aplicação das regras de concorrência, no respeito pelo princípio da economia de mercado e de livre concorrência, tendo em vista o funcionamento eficiente dos mercados a repartição eficaz dos recursos e os interesses dos consumidores".

Usando a lógica e se se partir do princípio que a teoria é verdadeira, compreende-se a existência dessas "autoridades": como não existem mercados perfeitos, onde a tal situação de lucro zero existiria e, portanto, os consumidores sairiam beneficiados, então há que, através de acção consciente, "aperfeiçoar" os mercados para que se aproximem desse ideal. Esta é a lógica, muito lógica, mas que não deixa de ser a lógica da batata, no caso, podre de tão malcheirosa.

As consequências temo-las visto! Da actuação da dita autoridade e de outras autoridades do mesmo tipo "em prol dos consumidores" resultou ainda recentemente um enorme "benefício" para estes: nos próximos anos vão ter de pagar mais caras as telecomunicações, bem como a electricidade (e tudo o mais, se virmos bem).  O "bom funcionamento do mercado", quase em perfeição, trouxe-nos uma OPA; essa OPA trouxe-nos uma reacção; e o que nos diz essa reacção? Que serão distribuídos, nos próximos três anos, 6,2 milhões de euros, de dividendos aos accionistas. Donde vêm esses dividendos? Do único sítio de onde podem vir: dos bolsos dos consumidores, quer directamente em dinheiro, pagando exorbitâncias pelos serviços, quer indirectamente com a não melhoria desses mesmos serviços. Pois, é isso mesmo: uma das vias também pode ser a descapitalização ou o não investimento. As consequências futuras serão uma nova OPA, agora sobre uma PT enfraquecida, que não se poderá "defender".

Está claro que, na referida lógica, tudo é feito para beneficiar o consumidor. Não conseguem é explicar como.

Mas nós explicamos como poderiam ser beneficiados os consumidores. Nada de "concorrências", nada de mercados imperfeitos, nada de três redes em que os preços entre redes são exorbitantes, sim à nacionalização de todos os sectores estratégicos, particularmente a banca, as telecomunicações (PT, Optimus e Vodafone), a energia e os transportes e a sua gestão ao serviço do povo. (Pois, que já tivemos a experiência da sua gestão estatal ao serviço de outros interesses e também vimos os resultados que recusamos)

ABAIXO O SISTEMA CAPITALISTA!

ABAIXO O GOVERNO SÓCRATES/CAVACO!

VIVA O SOCIALISMO E O COMUNISMO!

O POVO VENCERÁ! 

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Segunda-feira, 5 de Março de 2007

Quanto valem as vidas perdidas ingloriamente no mar?

Embora já tenham passado dois meses (5 de Janeiro) sobre o momento em que foi escrito este texto do camarada Garcia Pereira, a sua actualidade permanece, pelo que o transcrevemos na íntegra.

Na semana passada, entre o estupefacto e o indignado, todos tomámos conhecimento da morte de três pescadores e do desaparecimento (e quase certo falecimento) de outros três, na sequência do naufrágio, numa praia ao Norte da Nazaré, da embarcação de pesca em que todos trabalhavam.

Isto com a embarcação encalhada, com o mar revolto mas a uns escassos 40 metros da praia, e com familiares, amigos e passeantes de ocasião a assistirem, durante horas a fio, ao desaparecimento, um a um, daqueles seis pescadores antes que o socorro chegasse.

Perante a justa indignação que semelhante barbárie suscitou eis que o Governo determinou o habitual inquérito que, tal como habitualmente, concluiu no essencial que nada havia a fazer de mais ou melhor e que nada há a apontar ao sistema de socorro e salvamento em Portugal.

E todavia seis vidas se perderam ingloriamente, no maior dos desesperos que se pode sentir, os náufragos pela dramática demora do tão desejado socorro e os seus familiares e amigos pela impotência em não conseguir salvar quem ali tão perto resistia tão estóica quanto, afinal, inutilmente.

Eram tais mortes inevitáveis? É óbvio que não! E é preciso dizer antes de mais que elas ocorreram - e, infelizmente, outras continuarão a ocorrer se nada de substancial se modificar entretanto - porque em matéria de segurança e salvamento marítimo está (quase) tudo mal em Portugal. O que aliás constitui uma ácida e negra ironia num país com tão grandes tradições náuticas e com uma Zona Económica Exclusiva quase vinte vezes maior que o território continental.

Antes de mais, é notório que aquilo que mais podia e devia constituir uma das nossas maiores riquezas, ou seja, as nossas águas, já há muito que, do ponto de vista do desenvolvimento estratégico do nosso país foi abandonado pelos sucessivos governos. Os fundos comunitários, longe de terem servido para modernizar e reapetrechar a nossa frota pesqueira, representaram antes "os  30 dinheiros" da sua destruição; os vastíssimos recursos naturais dos nossos mares foram abandonados aos apetites das principais frotas estrangeiras, a começar pela espanhola; os meios investidos na fiscalização e patrulhamento são dramaticamente escassos, tornando fácil e frequentemente impune a violação das regras relativas ao respeito pelo limite das águas territoriais, à salvaguarda do ambiente e ao combate à poluição e ao tráfico de droga.

O mar que poderia, e deveria, constituir uma importante mais-valia e uma poderosa alavanca do nosso desenvolvimento deixou de ser pensado, concebido e tratado como tal.

A pesca foi praticamente extinta, a investigação científica quase não existe e os nossos biólogos marítimos são obrigados a emigrar. A própria náutica de recreio - mercê também da actuação de organismos mais ou menos medievais como as Administrações dos Portos - é hoje estrangulada por toda a sorte de constrangimentos, a começar pelos elevadíssimos custos (é muito mais caro manter uma embarcação numa marinaportuguesa do que numa espanhola). A vela, de desporto absolutamente essencial e de escola de formação, é cada vez mais convertida em "hobby" de apenas algumas elites.

E um objectivo fundamental para o desenvolvimento do país como o de devolver a Lisboa o papel de um dos maiores e mais bem apetrechados portos da Europa e com uma das melhores localizações geo-estratégicas não faz parte da agenda política dos nossos governantes.

Por esta lógica, o mar e quem lá anda, sobretudo quem lá anda a lutar pela vida, sua e dos seus, são pois coisa "de somenos".

Do ponto de vista do papel das Forças Armadas, e muito em particular da Marinha e Força Aérea, todos percebemos que, para mais num país como o nosso - sem nenhum risco próximo de guerras, a não ser as que resultam do seu envolvimento em guerras de agressão às ordens do imperialismo americano -, o seu esforço principal, em termos de tarefas e de meios, deveria estar centrado não nos "jogos de guerra" que servem apenas para entreter um gigantesco número de almirantes e generais, mas sim nas missões de paz, e fundamentalmente nas operações de patrulhamento, fiscalização, busca e salvamento.

Mas obviamente não estão! E é preciso dizer também que não está em causa o empenhamento pessoal e o profissionalismo de todos quantos na Marinha e na Força Aéres levam a cabo esse tipo de missões, e que naturalmente procuram sempre dar o melhor que sabem e podem.

A questão é, porém, outra. Portugal não tem barcoss salva-vidas de alto mar (ao estilo dos correspondentes navios e lanchas da Guarda Costeira norte-americana, caracterizados pela sua alta velocidade, elevada manobrabilidade e grande capacidade para enfrentar praticamente qualquer tipo de mar) e os nossos salva-vidas costeiros são poucos, obsoletos e desprovidos dos meios adequados a realizar cabalmente missões deste tipo.

Quase sempre essas missões são, entre nós, levadas a cabo por fragatas e patrulhas que, mau grado o grande e dedicado esforço a que as respectivas tripulações se têm dedicado, não são manifestamente embarcações vocacionadas para o socorro marítimo.

Em particular no Continente - a situação é algo diferente nas Regiões Autónomas, em particular na da Madeira - a Polícia Marítima também não tem vocação nem formação específica nem meios para operações de socorro no mar. Torna-se assim bem mais fácil andar a passar multas por falta do alfinete de dama que deve existir a bordo de cada embarcação do que ir arriscar a vida a procurar salvar alguém que está em perigo. E quantos episódios se não conhecem de situações em que a primeira preocupação não foi a de ocorrer ao pedido de socorro mas antes tratar de exigir a identificação da estação rádio emissora do pedido de auxílio... E no naufrágio junto à Nazaré, a verdade é que a Polícia Marítima comparece na praia para assistir ao desenrolar do sinistro, com uma carrinha que nem uma única bóia ou um cabo transportava!

Na esmagadora maioria dos casos não existem nem nas capitanias, nem nas corporações de bombeiros meios de salvamento que muito provavelmente teriam podido salvar pelo menos algumas vidas das que agora se perderam: nem canhões ou foguetes lança-cabos, nem sistemos de vai-e-vem, nem pranchas, nem motas de água (utilíssimo instrumento de salvamento, como aliás se viu por exemplo na Boca do Inferno, em Cascais) por conseguirem ir onde nenhum outro tipo de embarcação, pela proximidade de costa, pela pouca profundidade ou pela existência de redes, consegue chegar. No caso do naufrágio da Nazaré foi referido que haveria algures uma moto de água mas que, por razões burocráticas (falta de registo?), não teria sido autorizada a sair para o mar!?

Desinvestiu-se claramente, por razões economicistas de "poupança", na formação, designadamente dos pescadores, desprezando assim a criação de uma cultura e de um treino contínuos de prevenção e segurança no mar.

Exactamente por o mar ser de todo uma prioridade e de as Forças Armadas não terem, como deviam, esse tipo de missões como seu principal papel, apesar de haver em Portugal várias Bases Aéreas, existe uma única (a do Montijo) onde estão sediados aparelhos equipados e tripulações treinadas para o socorro marítimo. E porque custa "muito caro" ter continuamente uma aeronave e respectiva tripulação em condições de levantar voo num muito curto espaço de tempo, o levar a cabo essa operação de descolagem leva, pelo menos, 45 minutos!? E a tal demora se terá ainda que somar o tempo de percurso, necessariamente tão mais longo quanto mais longínquo for o local de destino.

O que tudo significa que, desde que é activado o pedido de socorro (seja pela ligação da rádio-baliza EPIRB seja pelo lançamento de um "May-Day" via rádio) - que, pela própria natureza das coisas, significa que há a estrita necessidade de socorro urgente - com este sistema, até à chegada de tal socorro via helicóptero decorrerá pelo menos cerca de hora e meia a duas horas, e nalguns casos poderá demorar bastante mais do que isso.

Ora, numa situação de naufrágio, em que todos os segundos contam, esse lapso de tempo, aliado à inexistência de meios adequados em terra e no mar próximo, significará quase sempre a perda de vidas, que de outra forma, com outro sistema e com outros meios, poderiam ser salvas.

Não se trata de iludir o mau estado do mar na madrugada do naufrágio, as eventuais dificuldades na exacta localização do sinistro (o que também tem muito a ver com a falta de articulação, designadamente em termos de comunicações, entre as diferentes forças e equipas envolvidas) e o inegável risco de um resgate aéreo naquelas condições (de vento, de ondulação, de mastros da embarcação, etc.), bem como de uma aproximação por mar (devido às redes a flutuarem em redor do casco e à sonda reduzida do local).

Mas trata-se, isso sim, de dizer que com outro sistema, outros meios e outros equipamentos tinha sido seguramente possível fazer muito mais, e mais eficazmente, e que muito possivelmente aquelas vidas poderiam ter sido salvas. E que todos os que se indignaram com as condições em que aqueles seis homens do mar se perderam têm afinal toda a razão do Mundo nessa raiva e nessa sua indignação!

E as perguntas que estão agora colocadas, antes de mais aos governantes e principais responsáveis deste País, mas também a todos e cada um de nós, e que não podem mais ser iludidas, são estas:

Justifica-se ou não que um País como o nosso tenha um sistema de busca e salvamento no mar bem mais eficaz do que aquele de que dispõe hoje, e muito em particular para as águas costeiras? E as Forças Armadas, bem como as forças policiais marítimas e as corporações de bombeiros das zonas costeiras, devem ou não ter como vertente principal da sua organização, formação e equipamento exactamente esse tipo de operações de socorro, devendo ser feito um esforço sério nesse tão necessário apetrechamento?

E para aqueles fariseus do templo que - como sempre e sobretudo agora, claro que em nome do sacrossanto défice - acorram a responder que "isso sai caro", impõe-se olhá-los nos olhos e perguntar-lhes se os F-16, que são tão só armas de guerra e que andamos a comprar em segunda ou terceira mão, não são muito mais caros. Mas sobretudo perguntar-lhes quanto valem então para eles as vidas daqueles seis homens, quanto vale o desgosto das mulheres que ficaram viúvas, a perda dos filhos que ficaram órfãos, a dor dos pais que viram desaparecer a carne da sua carne? Quanto valem agora os dias e as noites sem fim, de saudades, de silêncios, de sonhos e de desesperos?

QUANTO VALEM?

Lisboa, 5 de Janeiro de 2007

 

António Garcia Pereira

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Sexta-feira, 2 de Março de 2007

Critérios técnicos, mapas e mentiras

Não é novidade, mas é refinado.

Em programa televisivo muito conceituado, veio o ministro da saúde apresentar uns mapas com os quais pretendia mostrar o quão melhor ficarão os portugueses com a "nova" rede de urgências. Num, grandes zonas vermelhas, principalmente no Alentejo, mostravam as zonas do país que neste momento estão mais distantes que 45 minutos de uma urgência. No outro, o verde estendia-se por quase todo o Continente mostrando como, com a "nova" rede, praticamente todos os portugueses ficarão a menos de 45 minutos de uma urgência. Brilhante! Simplesmente acontece que se trata de mapas, não da realidade. 

Qual o instrumento usado para forjar essa mentira? Uma mistela de conceitos técnicos e generalizações abusivas. Assim, para o mapa da situação actual ser vermelho, foram propositadamente esquecidas as urgências dos centros de saúde (SAP e SASU). O que foi apontado no passado e quando convinha, como sendo serviços de urgência e que chegam mesmo a ostentar no nome as palavras "Situações Urgentes", agora pertencem ao grupo das "falsas urgências", segundo o governo. Isto independentemente de muitos desses serviços estarem capazes, neste momento, de atendimento equivalente ao que vai ser prestado pelas "verdadeiras urgências". Portanto o que aqui tivemos foi primeiro, com base nas especificações de capacidade de um dado tipo de serviços, uma classificação, e depois uma generalização a todos os serviços desse tipo dessa classificação, independentemente da capacidade real de cada um dos serviços individuais. É que muitos dos serviços de urgência dos centros de saúde estão equipados parcial ou, em alguns casos, totalmente de acordo com as especificações que permitem, segundo os critérios técnicos anunciados, classificá-los como serviços de urgência (ver, por exemplo, Arcos de Valdevez e a maior parte dos SAP alentejanos). Foi fácil, desta maneira enganosa, construir um mapa com grandes manchas vermelhas.

Claro que se fosse usado o mesmo critério para o segundo mapa, esse ficaria ainda mais vermelho que o primeiro, mas não, ficou verde. Ficaria mais vermelho porque, olhando ao que é escrito sobre os SUB na proposta da "comissão técnica", os novos pontos da rede serão equivalentes em capaciadade à maior parte dos serviços de urgência dos centros de saúde ou mesmo piores que alguns deles e não devendo por isso, caso o objectivo do governo fosse mostrar a verdade, constar do mapa como "centros" de círculos verdes. Resta dizer que, para além dos 15 encerramentos de serviços de urgência hospitalares previstos no relatório, há 17 desclassificações de capacidade, passam de urgências médico-cirúrgicas para básicas (ou seja para o nível de capacidade dos serviços dos centros de saúde).

De premeio há a promessa de melhoria de alguns dos serviços de urgência dos hospitais, principalmente os Polivalentes não situados no Porto, Lisboa e Coimbra, assim como alguns dos outros, Médico-Cirúrgicos e Básicos, mas tais melhorias só podem ser enquadradas no normal evoluir dos serviços e não numa espécie de salto qualitativo que o governo quer fazer crer. O que acontece realmente é que o normal evoluir dos serviços é interrompido na maior parte dos serviços de urgência, com o fecho puro e simples de muitos (principalmente SAP, mas também hospitalares), encurtamento dos horários de funcionamento de outros (principalmente SAP) e desclassificação de outros (principalmente hospitalares). Primeiro impedem o normal evoluir dos serviços, depois inventam uma definição técnica do que é uma urgência (que, no entender desses senhores, não é aquilo que toda a gente entende por urgência, mas a situação em que quase só falta a extrema-unção para se estar morto) para, logo a seguir, poderem não contar aquelas que à luz desses "critérios técnicos" são "falsas", para logo a seguir "criarem" umas outras que à luz desses mesmos critérios (os SUB) também não são urgências, mas que agora já contam porque foram "criadas" de novo, embora já existissem anteriormente prestando quase exactamente os mesmos serviços que agora irão "passar a" prestar. Mete nojo!

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POR UM SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE EFICAZ E EFICIENTE AO SERVIÇO DO POVO!

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Quinta-feira, 1 de Março de 2007

Post scriptum

Pelo que vemos, hoje dia 1/3, a possibilidade de não serem tornados públicos os protocolos, não se verificou, pelo que fazemos hoje as ligações aos protocolos entre as cãmaras e o governo, através das ARS, para os leitores tirarem as conclusões (se não quiserem perder muito tempo ou se não tiverem paciência é irem directamente ao fim onde são estabelecidos os "compromissos" de parte a parte): Cantanhede, Montijo, Macedo de Cavaleiros, Santo Tirso, Fafe e Espinho. Ainda só demos uma vista de olhos sem os ter estudado devidamente, mas pelo que lemos o à traição está correcto. Estudá-los-emos e, caso tenhamos mais alguma coisa a dizer, fá-lo-emos em artigo futuro. Fica também aqui a ligação para o protocolo com a câmara de Vila do Conde. Quanto ao protocolo com a câmara do Fundão, já anunciado, não sabemos onde encontrá-lo.

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publicado por portopctp às 19:16
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