Já sabemos: amanhã, 4ª feira, o ministro das finanças vai ouvir mais umas "recomendações" do comissário europeu sobre a redução do défice do orçamento de Estado dos 8% de 2009 para menos de 3% em 2013. Para Portugal indica que "uma trajectória de ajustamento credível e sustentável requer que as autoridades portuguesas comecem a consolidação em 2010", dito em conferência de imprensa. Também ficámos a saber que essas recomendações se transfomarão em plano de ajustamento orçamental após aprovação na reunião da ECOFIN de 2 de Dezembro.
Esta história já a ouvimos pelo menos umas outras duas vezes. Já sabemos, também, quais são as consequências: veremos um ministro, muito sério, a comunicar-nos a gravidade da situação, embora negando as previsões da CE e afirmando que as suas é que são boas, e as medidas que se verá obrigado a tomar para o orçamento obedecer aos critérios da UE. Invariavelmente essas medidas traduzir-se-ão num agravamento da situação real dos trabalhadores e numa melhoria da situação real dos capitalistas (tudo muito disfarçado com interpretações dos números enganadoras e um discurso populista).
Como se vê estas recomendações têm um papel central na governação. Dantes, documentos com igual função, chamavam-se decretos, e os emissores eram órgãos de soberania... Hoje existe uma cadeia de comando cujo ponto terminal é um órgão já sem soberania, tudo cada vez mais parecido com uma ditadura tirânica.
Terão a devida resposta popular!
Uma enorme máquina de propaganda foi hoje mobilizada para, aproveitando o contentamento popular e a forma que assumiu o desmoronar dos regimes social-fascistas do Leste europeu, deformar e corromper a história. Falam na queda do muro como um ritual vudú, a queda do muro seria a magia pela qual teria ocorrido a queda do comunismo enquanto ideologia; e, nessa medida, também falam dela como o início de uma nova era sem muros (sim, porque, na lógica da propaganda apresentada, os construtores de muros seriam comunistas). Mas apenas decorreram vinte anos desde que o muro de Berlim foi derrubado, e já outros (não apelidados de comunistas) tiveram tempo suficiente para construirem mais e maiores muros e de igual ou pior significado (Palestina, fronteira EUA/México, para citar os mais relevantes). Portanto, no que respeita à construção de muros, a data não terá sido um marco lá muito relevante de mudança no Mundo.
Repondo a história, a construção do muro de Berlim significou, na altura em que foi construído — na madrugada de 13 de Agosto de 1961 — a consumação da vitória do social-fascismo e do revisionismo sobre as forças comunistas e da democracia popular na Europa Oriental. Sendo assim, claro que seu derrube só pode significar a derrota desse regime social-fascista completamente corrupto e cujos quadros se encontravam ansiosos de se apoderarem individualmente do que, até aí, a legislação ainda proibia: as grandes empresas e a terra.
A aliança que se estabeleceu na sociedade alemã foi singular: todos contra o regime (incluindo os beneficiários do regime). Mas desfez-se no segundo imediato ao derrube do regime: para um lado a classe operária que, na nova situação, apenas encontrou um novo ponto para continuar a luta contra o sistema capitalista; para o outro, os membros do aparelho e os homens de mão dos regimes do Ocidente (estes últimos, entretanto, a exporem-se como heróis para recolherem o máximo de prémios em bens materiais e sinecuras), o início de disputas fraticidas pela partilha dos bens expropriados. Estas têm sido disputas em tudo idênticas às ocorridas na sequência da noite dos cristais, cujo 71.º aniversário decorre também, significativamente, hoje. Nessa altura foram os bens expropriados à comunidade judaica os alvos das disputas, há vinte anos, esses alvos foram os bens colectivos de uma classe capitalista acantonada no aparelho de estado social-fascista. Em ambos os casos o produto da expropriação foi disputado ferozmente pelos filhos do regime. É, por isso, natural que esses senhores, em público, só relembrem uma das datas e, em privado, comemorem de facto o símbolo das duas (a expropriação arbitária com objectivos mesquinhos e pessoais).
Já a classe operária vê e comemora, no aniversário do derrubamento do muro de Berlim, mais um marco na luta contra a opressão e a exploração capitalistas nas suas diversas formas, particularmente a social-fascista.
VIVA O COMUNISMO!
Quando, em 7 de Novembro de 1917, o Comité Militar-Revolucionário emitiu o comunicado que declarava o fim do Governo Provisório Russo e a transferência de todo o poder para o Soviete de Petrogrado nada ainda estava decidido, mas a revolução socialista tinha iniciado a sua marcha.
Os seus primeiros actos, logo no dia 8, foram aprovar o Decreto da Paz, propondo a retirada imediada da Rússia da Grande Guerra, e o Decreto da Terra, que propunha a abolição da propriedade privada e a redistribuição de terras entre os camponeses.
Um mundo novo de esperança e de luta abriu-se aos proletários de todo o mundo, mas era ali, na Rússia, que as coisas estavam a acontecer, não só em palavras, mas também nos actos: acabar com a guerra! Acabar com a miséria! Acabar com a fome!
E todos passaram a ter uma certeza, tanto os oprimidos como os opressores: um mundo novo é possível, um mundo novo sem exploração, nem opressão.
É uma certeza que une os proletários de todo o mundo mas que também une toda burguesia. O combate é sem tréguas e o inimigo é pérfido e usa todas as armas. Mas saberemos vencê-lo.
VIVA O COMUNISMO!
VIVA O SOCIALISMO!
PROLETÁRIOS DE TODO MUNDO, POVOS E NAÇÕES OPRIMIDAS, UNI-VOS!
Como era de esperar, o programa do governo passou no parlamento.
Olhando aos exemplos do passado, o mesmo já não se poderá dizer (quanto ao que era de esperar) em relação ao facto desse programa ser praticamente igual ao programa eleitoral do PS, o partido do governo: o programa do anterior governo do mesmo partido era, no fundamental, absolutamente oposto ao programa eleitoral do mesmo partido. Se alguma diferença de circunstância ressai entre uma situação e outra é que, se desta vez ganhou as eleições perdendo a maioria absoluta, da outra vez veio da oposição para ganhar com maioria absoluta. Portanto temos um partido, o PS, que, quando pode garantir o cumprimento do programa eleitoral (ou então, se assume que não pode, está a assumir uma fraude na campanha eleitoral), porque tem a maioria absoluta, apresenta um programa de governo oposto a esse programa eleitoral que a oposição não pode impedir de ser cumprido e, quando não pode garantir esse cumprimento, apresenta um programa de governo idêntico ao programa eleitoral que a oposição tem todas as possibilidades de impedir de ser cumprido! Está-se mesmo a ver as razões actuais do PS: porque, tendo a certeza que o programa não será cumprido, espera poder vitimizar-se perante o povo culpando a oposição e, em eleições antecipadas, vir a ganhar a maioria absoluta. Embusteiros!
Este embuste parece evidente aos olhos de qualquer um. Mas não o é aos olhos das oposições parlamentares. Ou se o é, fazem tudo como se não o fosse. É que, nas circunstâncias actuais, fácil seria acabar com as pretensões do PS enquanto é tempo, bastava rejeitar o programa do governo, fazendo-o cair: daí surtiriam duas hipóteses ou a formação de um outro governo, eventualmente de coligação, ou, na impossibilidade de se formar esse outro governo no actual quadro parlamentar, a convocação de novas eleições. Como não são estúpidos nenhuns e não rejeitaram o programa do governo, vamos mais pela hipótese do fingimento: estão a fingir que não percebem o embuste do PS. Porque lhes convém. Esperam que o embuste se volte contra o embusteiro sem nada fazerem. Temem que, se se mexerem, o caldo se entorne. É um tacticismo com uma razão: o medo de perderem as eleições. Cobardolas!
Temos circo e, agora, será com sangue!
Os mega-processos dos últimos anos, deixaram de entreter o povo. Jazem já ou na paz podre dos arquivos dos tribunais ou das páginas da necrologia noticiosa dos jornais.
Pois se assim está a ser, um novo espectáculo tem de ser montado. Um nome de conveniência, face oculta, e anúncios de muito sangue. Os cépticos já não acreditam e dizem que será igual aos outros: no final os actores (ainda que forçados a sê-lo) apenas apresentam umas ligeiras escoriações. Combinam-se todos, arranjam umas regras, umas prescrições, uns pagamentos e nada de sangue. O povo, no coliseu, exige sangue. E César, para o fazer esquecer que na verdade merece ser derrubado, fá-lo-á correr. Desta vez sim, teremos sangue. Os tribunais fornecerão a arena e os verdugos. Mas veremos se, depois do sangue correr, o povo não quererá derrubar o César de vez...
Nem de propósito, este novo processo, veio no momento certo. A burguesia estava mesmo a precisar de reacender a velha fogueira da honestidade e correcção, mesmo quando, às vezes, são apenas pequenas vinganças pessoais o que está realmente em jogo. No país temos a face oculta, em Paris Chirac, no Porto, numa boleia, o mais sério de todos. O presidente da câmara, ele próprio, é quem, ao saber de um caso de corrupção, "denuncia um chefe de divisão corrupto e avisa todos para que não o sejam, pois se o forem, serão também denunciados".
"Não, não se trata do sistema que é podre" repetem-nos incessantemente. "São apenas uns quantos corruptos, que a justiça persegue, os causadores de todos os males. Porventura, até, da própria crise. Uma vez extripados, teremos o céu na Terra." . Se não é exactamente este o discurso, para lá caminha. E não apenas da direita mais cavernícola, também é o discurso da "esquerda" mais cosmopolita. Claro que os corruptos têm de ser condenados, não é essa a questão. Não se espere é que essas condenações tragam alguma espécie de melhoria a um sistema que não tem qualquer possibilidade de melhorar. Que, o que precisa é de ser derrubado para que os expropriadores do povo possam ser finalmente expropriados e o povo possa ser libertado da opressão e da tirania.
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