De pessoa amiga recebemos o seguinte texto que retrata o momento presente do Porto, momento a partir do qual só novos caminhos se podem trilhar:
O meu Porto morre, lentamente, de doença prolongada.
Poucas sensações há como a de atravessar o rio, noite dentro, e afogarmo-nos na invicta de outrora. Há (havia?) qualquer coisa de nobre desta cidade. Qualquer coisa de transcendente. Qualquer coisa que não nos deixava partir de consciência tranquila e livres de saudades.
Hoje em dia, visitar o Porto é entrar na Torre de Babel de Bruegel. Os onzenários e agiotas ocupam esquinas e rasgam fachadas, os sorrisos escondem-se em fachadas sujas, não se ouvem pregões, apenas súplicas, a sujidade multiplica-se e há um espírito vazio que parece cobrir a cidade inteira. É uma tristeza que incomoda, que desnorteia.
E os perpétuos e eternos aluga-se, alugam-se, vende-se, vende-se, aluga-se, alugam-se… Uma cidade inteira à venda, no centro de uma economia deprimida e triste de um país onde os interesses (os imperecíveis interesses) são sempre superiores ao respeito por aquilo que é de todos e que não pode ser de ninguém. É tão grande a indecência que já nem se esconde o lixo para debaixo do tapete: as casas e edifícios morrem, de pé (se os alicerces o permitirem), no meio da rua e aos olhos de todos. Mas não há, em circunstância nenhuma, nenhum sentido romântico de heroísmo ou preservação: é como se os dirigentes fizessem questão de sublinhar que é uma cidade que não merece o esforço, que não vale nada, que ninguém quer.
O cenário é dantesco e assusta e afasta os filhos que aqui nasceram. Porque esses não interessam. Porque lhes falta dinheiro. Porque vivem em “barracas” alugadas. Porque são comuns e enfadonhos. Porque reclamam emprego e dinamismo. Porque as casas agora requalificadas têm um preço por metro quadrado que faria uma casa em Londres ou Nova Iorque corar de vergonha. Porque os de fora são bem-vindos. Porque os de dentro são malditos.
É uma cidade sem boulevards. Aqui só existem lajes de betão ou de concreto. Mas, ainda que houvesse boulevards de árvores frondosas, sombras frescas e bancos familiares, provavelmente não teriam destino. Nem sequer uma luz ao fundo do túnel. E aí está uma coisa que não pode ser alugada.
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