Dezenas de milhares de pessoas juntaram, ontem no Porto, a sua voz às vozes de milhões que, em todo o mundo, saíram à rua em luta contra o capitalismo.
Muitos e diferentes pontos de vista se expressaram e puderam ser ouvidos pelos que estiveram presentes, incluindo o nosso quer através deste comunicado que foi massivamente distribuído anteriormente, em convocatória à manifestação, e também na concentração que lhe foi prévia, quer nas palavras de ordem gritadas e nas intervenções orais (na fotografia, a camarada Hermínia no uso da palavra).
Na fotografia abaixo, extraída da foto-reportagem do jornal Expresso, aspecto da nossa participação (nota-se uma estranha forma de pegar no cartaz negro) onde se vê cartazes empunhados por camaradas: "NÃO PAGAMOS!" - a palavra de ordem mais gritada na manifestação; "GREVE GERAL NACIONAL!" - forma de luta subscrita pela grande maioria dos manifestantes; "TRÓICA FORA DE PORTUGAL! INDEPENDÊNCIA NACIONAL!" - a que está tapada pelo cartaz negro.
Este é um movimento com grandes possibilidades que é necessário apoiar com todas as forças, participando. Certamente que, depois, os factos provarão que a palavra de ordem, também ontem gritada na manifestação, "O POVO VENCERÁ!" está mais certa que nunca!
Quando, durante o período da campanha eleitoral o PCTP/MRPP foi o único partido a dizer que o Memorando da Tróica que os Serventuários do PS, PSD e CDS/PP, se apressaram a assinar, constituía uma autêntica declaração de guerra ao povo e aos trabalhadores portugueses, foi imediatamente silenciado pela burguesia e seus órgãos de "comunicação social".
Não convinha à classe dominante a voz incómoda daqueles que como o PCTP/MRPP exigiam que uma auditoria à dívida fosse imediatamente efectuada por auditores independentes para que os trabalhadores portugueses tivessem uma informação clara e precisa sobre quanto se deve, a quem se deve e porque é que se deve. Porque a culpa não pode morrer solteira e, certamente, o resultado dessa auditoria confirmaria que os culpados não eram nem o povo nem os trabalhadores.
Lutando contra a corrente do "politicamente correcto", da hipocrisia de que Portugal "é um bom aluno" e que não podemos ser vistos pelos "mercados" como "incumpridores e caloteiros", denunciámos que o calote e os caloteiros responsáveis pela dívida estão perfeitamente identificados: os sucessivos governos PS e PSD, por vezes acolitados pelo CDS/PP, a banca privada a operar no nosso país que, à custa de adquirir empréstimos no BCE (Banco Central Europeu) a 1% e vendê-lo a 5% e mais, obtinha fabulosas margens de lucro (da ordem dos 500 a 600%), os grandes grupos financeiros e bancários internacionais, os interesses do imperialismo europeu, com o imperialismo germânico à cabeça.
Denunciámos que, para além do mais, o que iria acontecer - e a experiência da Grécia, da Irlanda, da Argentina e do Equador, entre outras o confirmavam – era um sucessivo agravamento das medidas contra a classe operária e os trabalhadores portugueses, com a desculpa de que as medidas que iam sendo aplicadas, afinal, não tinham sido suficientes para a “estabilização orçamental” desejada pela burguesia pelo grande capital.
E eis que vem hoje Passos Coelho, 1º Ministro de um governo de traição, completamente vendido aos interesses da Tróica e do imperialismo germânico, marionete de Sarkozy e Merkel, anunciar que se vai agravar o roubo sobre os salários dos trabalhadores da função pública (em 2012 verão reduzidos em 20% os seus rendimentos do trabalho), atingindo o subsídio de férias e de natal em 2012 e 2013, sobre as pensões, cortes substanciais no acesso à saúde e à educação, aumento da carga de trabalho para todos os trabalhadores em meia hora diária em nome da “produtividade”, isto é, mais lucros para a burguesia, aprovação de legislação laboral facilitadora dos despedimentos e tornando-os mais baratos de efectuar por parte do patronato.
Não há que ter ilusões! O governo não se ficará por aqui. A burguesia tem vindo a aplicar estas medidas porque não encontra por parte dos sindicatos e organizações de classe dos trabalhadores uma resposta firme, organizada, de lutas que dêem uma saída revolucionária à classe operária e aos trabalhadores portugueses.
Os trabalhadores portugueses devem exigir das suas Centrais Sindicais – CGTP/Intersindical e UGT - a organização e convocação imediata de uma Greve Geral Nacional a sério e todas as greves gerais que forem necessárias para inverter a seu favor a relação de forças que os opõem à burguesia e aos intentos do grande capital, e deve isolar aqueles partidos que, dizendo-se de esquerda – como o P”C”P e o Bloco de “Esquerda” – os têm tentado amarrar ao pagamento de uma dívida que não contraíram, nem foi contraída em seu benefício.
Partidos esses que, perante o anúncio das medidas mais celeradas e gravosas agora anunciadas, timidamente reconhecem aquilo que o PCTP/MRPP já há muito denunciava, e a classe operária e o povo português sentiam na pele, que estamos num “estado de guerra”.
A manifestação de 15 de Outubro deve constituir um sinal claro de que os trabalhadores, a juventude, os reformados, os precários e os desempregados, não aceitam esta política que não toca um milímetro nos interesses do grande capital financeiro e bancário e desfere um ataque feroz ao povo e aos trabalhadores portugueses. Tem de ser uma manifestação de força e de demonstração de que o povo se vai sublevar contra estas medidas e contra este governo. De que os trabalhadores sabem que para sobreviverem o capitalismo tem de morrer.
O PCTP/MRPP conclama a classe operária e os trabalhadores, o povo português, os estudantes e intelectuais, a sublevarem-se contra estas medidas, a organizarem-se para derrubar este governo de traição e impor a constituição de um Governo Democrático Patriótico que tome, como primeira medida, a decisão de recusar o pagamento desta dívida ilegítima, ilegal e odiosa, expulsar de imediato a Tróica do FMI/FEEF/BCE do nosso país, implementando um novo paradigma de economia, baseado num plano de investimentos criteriosos que faça Portugal recuperar o seu tecido produtivo e aproveitar adequadamente a sua posição geoestratégica única, medidas que asseguram a nossa Independência Nacional.
13 de Outubro 2011
A Comissão de Imprensa do PCTP/MRPP
RIBEIRO SANTOS, O TEU EXEMPLO E O TEU SACRIFÍCIO FORAM A FAÍSCA QUE INCENDIOU A PRADARIA DA REVOLTA POPULAR QUE DERROTOU O FASCISMO.
RIBEIRO SANTOS, O POVO JAMAIS TE ESQUECERÁ!
O POVO VENCERÁ!
36 anos após o seu brutal assassinato por um bando de neo-revisonistas, teremos sempre em Alexandrina de Sousa o exemplo de lutador revolucionário que nunca desiste, que luta até ao derradeiro momento. A luta de Alexandrino de Sousa é e será sempre a nossa luta! Um Mundo sem exploração nem opressão do homem pelo homem está ao nosso alcance. Lutemos por ele e alcançá-lo-emos!
HONRA A ALEXANDRINO DE SOUSA!
O POVO VENCERÁ!
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