A greve geral convocada para o próximo dia 14 de Novembro é uma jornada de luta de enorme importância para o futuro dos trabalhadores e do povo português.
Portugal foi transformado, pela tróica e pelo seu governo de lacaios, num enorme campo de concentração à maneira nazi, onde um bando de grandes capitalistas e banqueiros, sob a batuta do imperialismo alemão, rouba permanentemente e sem piedade o trabalho, o salário, as reformas, a saúde, a educação, as casas e os haveres dos trabalhadores, dos pequenos empresários e proprietários e dos sectores mais pobres e vulneráveis da população.
As lutas, greves e manifestações populares que se sucedem por todo o país demonstram que a grande maioria da população portuguesa já percebeu claramente que a dívida do Estado e dos bancos é afinal um gigantesco mecanismo, montado pelo imperialismo e pelo grande capital financeiro, para colonizar Portugal e para explorar, roubar e matar os trabalhadores e o povo.
Mas protestar não basta. É preciso que s operários, os trabalhadores, os pequenos empresários, a juventude, os reformados, as forças democráticas e patrióticas e respectivas organizações políticas, sindicais e outras, se unam firmemente para derrubar de imediato o governo de traição nacional PSD/CDS e para construir um governo democrático patriótico.
A esse novo governo caberá enfrentar a catástrofe actual, suspender o pagamento da dívida, colocar o sistema bancário sob controlo dos trabalhadores e impulsionar decisivamente a actividade económica, garantindo o emprego, o salário, as reformas, a saúde, a educação, os transportes e demais serviços essenciais a toda a população trabalhadora.
A greve geral – esta e as que forem necessárias até se alcançarem aqueles objectivos – é a forma de luta mais adequada na presente situação. Paralisar totalmente as fábricas, as empresas, os transportes, os serviços e as repartições, as escolas e universidades, as explorações agrícolas e o pequeno comércio, é a forma de ganhar a força, a confiança e a unidade para resgatar Portugal, os trabalhadores e o povo português das garras dos seus inimigos e empreender as mudanças que são indispensáveis para um futuro de progresso e bem-estar no país.
Vivemos hoje um daqueles momentos em que não são permitidas dúvidas ou hesitações. Ou se está do lado dos que sofrem, da greve geral, dos trabalhadores, dos pequenos proprietários em ruína e do povo explorado e oprimido, ou se está do lado do governo Coelho/Portas, da tróica e da minoria que enriquece à custa da fome, do desemprego e da miséria da maioria. As demoras e as meias-tintas apenas dão força aos nossos inimigos. A situação é hoje ainda mais grave do que nas vésperas da instauração do regime fascista de Salazar.
Com a greve geral, com a resistência e com a luta não temos nada a perder e temos um país novo a ganhar!
MORTE À TRÓICA!
NÃO PAGAMOS!
GOVERNO DEMOCRÁTICO PATRIÓTICO!
Outubro 2012
Organização Regional do Norte do PCTP/MRPP
António Costa, , decidiu participar, na qualidade de Presidente da Câmara de Lisboa, numa cerimónia integrada numas pretensas comemorações do 40º aniversário do assassinato do nosso camarada Ribeiro Santos.
Desta cerimónia e de outras iniciativas que estão a ser levadas a cabo por um grupo de indivíduos que têm a uni-los o seu ódio ao MRPP, foi deliberadamente excluído o PCTP/MRPP, facto que é do inteiro conhecimento de António Costa.
O presidente da câmara de Lisboa também não pode ignorar que Ribeiro Santos não foi apenas um antifascista, mas acima de tudo e em primeiro lugar um marxista, militante da organização do MRPP para a juventude estudantil (a FEM-L).
Como não desconhece que o partido de Ribeiro Santos – o MRPP – é hoje o 2º partido mais antigo do país.
Ora, ao participar nesta iniciativa, enquanto presidente da câmara e nas condições em que ela ocorre, António Costa, para além de praticar uma intolerável ingerência na vida interna do PCTP, envolve a presidência da câmara numa clara atitude de hostilidade institucional para com um partido politico, no caso o MRPP.
O PCTP/MRPP considera este comportamento de uma enorme gravidade, condenando-o firmemente, embora não nos espante, vindo da parte de alguém que tanto tem maltratado os lisboetas e a cidade de Lisboa.
Lisboa, 11 de Outubro de 2012
Comissão de Imprensa
Ocorrem agora 40 anos que José António Ribeiro Santos foi assassinado pelo regime fascista de Caetano, em 12 de Outubro de 1972. Ribeiro Santos era, na altura, estudante da Faculdade de Direito de Lisboa e militava na organização do MRPP para a juventude estudantil, a Federação dos Estudantes Marxistas-Leninistas (FEM-L).
Dotado de uma grande coragem e firmeza na defesa dos princípios e da causa da revolução, Ribeiro Santos não hesitou em enfrentar dois bufos da polícia secreta de Salazar (a PIDE) que se encontravam numa reunião de estudantes contra a repressão, a decorrer no Instituto Superior de Económicas e Financeiras – actualmente, o ISEG –, e que iam contando com a protecção dos dirigentes da Associação de Estudantes daquela Faculdade, militantes do PCP.
Não só não foi por acaso que se tratou de um militante marxista-leninista a tombar naquele dia às mãos assassinas do regme fascista de Salazar e Caetano, como o exemplo heróico de Ribeiro Santos constituiu um marco decisivo no movimento revolucionário que iria conduzir à queda daquele regime ditatorial e sanguinário.
É que importa não esquecer – como o fazem os oportunistas de hoje, a propósito deste acontecimento – que, para além da sua inesgotável energia e indomável combatividade revolucionárias na luta contra a ditadura e a repressão que se abatiam sobre o movimento estudantil, que lhe custaram a perseguição impiedosa pelos professores fascistas, como o tristemente célebre Martinez, Ribeiro Santos colocou essas qualidades de bravura e tenacidade ao serviço da linha ideológica defendida pelo MRPP e que pugnava pela transformação da luta anti-colonial numa guerra civil revolucionária que conduzisse ao derrubamento e demolição do Estado fascista e à instauração de um governo democrático e popular em direcção ao socialismo e ao comunismo.
Um dos traços distintivos do carácter de Ribeiro Santos – e que ninguém que privou com ele nas batalhas políticas em cujo campo havia de tombar pode desmentir – foi o da fidelidade, firmeza e intransigência na defesa dos princípios por que lutava e o desprezo que nutria e a perseguição que movia aos oportunistas, revisionistas e toda a espécie de transfugas .
Honrar a memória e o exemplo de Ribeiro Santos é hoje, não apenas para a juventude estudantil, como para a classe operária, redobrar a luta pelo derrube do governo de traição nacional PSD/CDS e por um governo democrático patriótico, e persistir no combate contra o oportunismo dos que, afivelando uma máscara e comiseração hipócrita pelas vítimas da fome e da miséria espalhadas por este governo lacaio da Tróica, mais não tentam do que cavalgar a revolta popular e desviá-la dos seus objectivos revolucionários.
Honra a Ribeiro Santos!
O povo jamais te esquecerá!
Outubro 2012
Comité Central do PCTP/MRPP
Completam-se hoje 37 anos sobre o dia em que o camarada Alexandrino de Sousa foi assassinado por um bando de energúmenos da UDP.
Continuas e continuarás sempre no nosso coração e no coração do povo! Quando lutamos contra o capitalismo pelo derrube deste governo de traição e por um mundo sem opressão nem exploração do homem pelo homem, estás sempre ao nosso lado!
Honra a Alexandrino de Sousa!
Do camarada António Pedro Ribeiro:
Em 1845, em “A Essência do Dinheiro”, Moses Hess afirma que o capitalismo traduz a dominação exercida pelo deus-dinheiro sobre os homens, constituindo um sistema que coloca à venda a liberdade humana. O dinheiro é a essência e traz um mundo pior do que o da escravatura antiga porque “não é natural nem humano que alguém se venda a si próprio voluntariamente”. A tarefa do comunismo é, assim, abolir o dinheiro. Para Gustav Landauer essa tarefa não é aperfeiçoar o sistema industrial-capitalista mas ajudar os homens a redescobrirem a cultura, o espírito, a liberdade, a comunidade. Para outros, o capitalismo é traficar a alma, o espírito, o pensamento. Para Marx, exige-se “a revolta contra um mundo que transformou cada coisa numa mercadoria e degradou o homem, reduzindo-o ao estatuto de objecto”. Sim, temos o direito de exigir o homem integral. O poder do dinheiro pode destruir todas as qualidades humanas e naturais, reduzindo-as ao quantitativo. A troca de afectos é substituída pela troca do dinheiro por uma mercadoria. Não existe nada de mais abjecto do que o capitalismo e os seus mercadores e economistas. Reduzem tudo ao cálculo, ao deve e haver, ao orçamento. Cortam na vida das pessoas como se tratassem com objectos. A sensibilidade é substituída pela posse. Como dizem Michael Lowy e Robert Sayre em “Revolta e Melancolia”, “o ser, a livre expressão da riqueza da vida por actividades sociais e culturais, é cada vez mais sacrificado ao ter, à acumulação do dinheiro, das mercadorias e do capital”. O homem está fortemente condicionado na sua capacidade criativa pelas drogas que nos atiram todos os dias via media e por um mercado implacável. Segundo Lukács, “tudo deixou de ser avaliado por si próprio, pelo seu valor intrínseco – artístico ou ético – e apenas tem valor enquanto mercadoria vendível ou comprável no mercado”. É a barbárie, a selvajaria. Nem sabemos como ainda pode haver algum amor, algum diálogo, alguma filosofia. Eles estão a destruir o que de mais genuíno há no homem, esses merceeiros, esses moedeiros. Isto não é apenas a crise económica, isto não é apenas o irem-nos aos bolsos, isto é irem-nos à alma, destruírem os verdadeiros progressos da humanidade. Isto é destruir a vida. Não podemos mais aceitá-lo. Somos homens e mulheres. Não somos objectos, não somos notas e moedas.
O PCTP/MRPP congratula-se com o facto de a CGTP ter finalmente convocado uma greve geral para o próximo dia 14 de Novembro e manifesta todo o seu empenho na mobilização e organização dos trabalhadores, estudantes, desempregados e pensionistas para que essa greve seja uma greve a sério e se traduza num profundo golpe para o governo de Passos Coelho/Portas/Cavaco.
Tal como sempre defendemos, a greve geral é a primeira e a mais eficaz arma de que os trabalhadores portugueses dispõem para travar o avanço da contra-revolução que a classe dominante, através deste governo, pretende levar até às últimas consequências.
Mas o nosso Partido desde já pretende deixar claro que se a greve do dia 14 de Novembro e todas as que se lhe seguirem não tiverem como objectivo político o derrube do governo será mais uma vez uma oportunidade perdida.
Ficou hoje mais uma vez demonstrado que só é possível pôr termo à escalada das medidas terroristas contra quem trabalha se o governo seu autor for apeado e substituído por um outro governo de unidade popular democrático patriótico, que tome como medida imediata a suspensão do pagamento da dívida, em nome da qual se pretendem impor.
Se nas últimas manifestações os trabalhadores e largos sectores democráticos e patriotas gritaram bem alto Passos para a rua!, seria uma traição não intensificar a luta pelo derrube do Governo com a greve geral de 14 de Novembro.
Impõe-se, por isso, envolver nesta greve, que não é nem pode ser assumida como uma greve da Intersindical, todos os sindicatos, filiados ou não nas centrais sindicais, comissões de trabalhadores, associações de estudantes, movimentos cívicos, desempregados, pensionistas, correntes sindicais, sector público – chamado a paralisar o aparelho do estado – e privado, organizando meticulosamente a luta para esse dia.
Viva a greve geral de 14 de Novembro!
Comissão de Imprensa
Com a frieza de quem tem garantido o seu chorudo ordenado ao final do mês e o desprezo por quem trabalha, o ministro das finanças acaba de anunciar mais um conjunto de medidas terroristas, desta vez prévia e directamente acertadas com a Tróica – não se sabe o que é fazem os sindicatos na câmara corporativa que dá pelo nome de conselho de concertação social: aumento brutal do imposto sobre os rendimentos do trabalho (30% de IRS e 0,5% - de 3,5 para 4% - da sobretaxa sobre os mesmos rendimentos), redução das prestações sociais e crescimento do desemprego sem a mínima garantia de sobrevivência para os desempregados.
Usando de uma demagogia e manipulação vergonhosas, para além da chantagem e ameaças dirigidas aos trabalhadores para impor estas medidas, Vítor Gaspar não conseguiu iludir que, apesar da miséria a que a política deste governo de traição nacional tem conduzido o povo trabalhador, não existirá qualquer limite no roubo do salário e do trabalho, visto que o seu objectivo é o de pagar os juros dos juros de uma dívida que não cessa de crescer e que se tornou impagável.
Se o país goza de uma credibilidade e solidariedade tão confortáveis por parte dos amigos de Gaspar nas instâncias internacionais, como se justifica então esta imparável espiral do empobrecimento dos trabalhadores e da destruição da economia e forças produtivas?
Mas nada disto é inesperado ou imprevisível para quem como o PCTP/MRPP de há muito defende o derrube deste governo e o não pagamento da dívida, em lugar de pateticamente se clamar por mudança de políticas.
Fazer o que seja para manter um governo destes, significa tolerar ou pactuar com um carrasco que já se viu não ter a mínima comiseração pela sua vítima.
A banalização da inevitabilidade da austeridade terrorista, já de há muito mostrou que não se pode perder mais tempo com a convocatória e realização de uma ou mais greves gerais a sério, com o objectivo muito claro do derrube do governo.
Lisboa, 3 de Outubro (16H30) de 2012
Comissão de Imprensa
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