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Sábado, 29 de Julho de 2006
No início da actual guerra da Palestina houve quem desse como causa da mesma o que chamavam de "rapto de soldados israelitas". Hoje, essas mesmas pessoas, encontram-lhe objectivos estratégicos muito para além da remoção dessa causa. Admitem, dessa forma implícita, que os raptos não foram uma causa mas sim um pretexto. São capazes de reconhecer o seu erro de análise? Não. Porquê? Há, concerteza, várias repostas: uns, a maioria, porque são "Maria que vai com as outras" e não pensam; outros porque são pagos para obedecer a uma estratégia propagandística e são mercenários; outros porque são cobardes; outros porque são ingénuos. Como estas, poderemos imaginar um sem número de outras razões para a ausência de autocrítica. Todavia, qualquer que seja a razão, o resultado é sempre o mesmo: incapacidade conceptual desses senhores de responsabilizar Israel sejam quais forem os actos que esse estado venha a praticar. Trata-se da vitória incontestável sionista no campo da propaganda.
Na mesma linha, mas num outro sentido, a descrição do Hezbollah pela generalidade dos órgãos da imprensa, levará a crer que os seus membros serão apátridas e não cidadãos libaneses. Isso torna possível, ao nível da compreensão, ataques ao Hezbollah que não sejam ataques ao Líbano. Justifica até ataques a quartéis libaneses que também são legítimos, apesar de Israel não estar a atacar o Líbano, pela simples razão de existir a hipótese remota de o Hezbollah poder utilizar os radares ou outros equipamentos existentes nesses quartéis. Também torna legítima a destruição completa de aldeias e bairros de cidades libanesas, centrais eléctricas, barragens, pontes, estradas, portos, aeroportos, depósitos de combustíveis, camiões com refugiados libaneses porque se movimentam em direcção à Síria, tudo sem, na compreensão desses senhores, se estar a atacar o Líbano.
Outra das manobras da propaganda sionista que tem obtido incontestável êxito junto da nossa imprensa é a afirmação de que os "terroristas" usam a população civil como "escudos humanos". Teve êxito em 1948 em todo o mundo, continua a ter êxito agora. Para assassinar civis desarmados e roubar-lhes as terras e não ser responsabilizado, basta o seguinte: faz-se uns avisos por via sonora ou escrita de que se vai atacar pois se suspeita da presença de "terroristas" no local, depois indica-se um caminho de fuga para os civis e finalmente, quando uma parte dos civis seguem esse caminho, ataca-se a matar a coluna em fuga (umas vezes "por engano" e abre-se um inquérito, outras vezes na "suposição" de que se tratava de "tentativas de infiltração de terroristas"), quanto aos que ficaram no local, podem ser mortos à vontade, mesmo que desarmados, pois que concerteza são "terroristas". Foi assim em 1948, uns meses antes da guerra, quando quiseram conquistar território aos palestinianos. É assim hoje no Líbano. Mestres na provocação, conseguem safar-se com a excelente propaganda que produzem, graças à cobertura dada pela imprensa a essa propaganda e à inércia dos governos que, detendo o poder de fazer parar o morticínio e sendo coniventes ou não por motivos de interesse próprio, fazem dessa propaganda justificação para não actuar.
Um dos pontos chave da construção propagandista sionista é a classificação de terrorista dada a todos os que "mexem" contra os seus intentos, independentemente das tácticas empregues por esses opositores serem ou não terroristas. Se atiram pedras, são terroristas, pois aterrorizam os pobres dos soldados dentro dos seus blindados ou dos seus postos arqui-defendidos; se disparam um rocket contra posição militar, são terroristas, porque não pertencem a um exército regular e, portanto, estão a aterrorizar os coitados dos soldados que só combatem contra exércitos regulares; se rezam a Alá para que este lhes devolva as terras, são terroristas, pois que com essas rezas estão a fazer com que os pobres dos sionistas se sintam aterrorizados com a ameaça de que as rezas se concretizem; se se é pai, irmão, mãe, irmã, tio, primo de alguém considerado terrorista, também se é terrorista, pois só o facto de se saber que é vivo familiar de um terrorista, aterroriza as pobres futuras possíveis vítimas. Não é para estranhar, portanto, que as 750 vítimas mortais do lado libanês e palestiniano, possam ser menosprezadas, pois se não forem terroristas pela via da táctica de combate que empregam, sê-lo-ão pela certa, por serem familiares ou porque, pura e simplesmente, a sua simples existência aterrorizava as pobres, coitadas, boazinhas, inocentes, civis, vítimas israelitas, habitantes dos territórios palestinianos, sírios e libaneses ocupados ou habitantes de Israel. Claro que esta eficiência do Tzahal se deve em grande parte à elevada precisão do seu armamento, que só atinge alvos militares (ou terroristas). A outra parte dessa eficiência deve-se ao extremo cuidado em determinar os alvos (aqui o elemento humano é fundamental). Daí ser bem provável que o inquérito sobre os ataques aos observadores da ONU, venha a concluir que estes afinal eram também terroristas, a exemplo, do que já aconteceu em inquéritos a ataques israelitas a outras instalações da ONU onde a conclusão foi que afinal eram paióis (ou santuários) terroristas. Poucos irão engolir esta mas, nos espíritos mais fracos, fica semeada a dúvida. Claro que, do outro lado, a baixa tecnologia das armas empregues pela qual são inteiramente responsáveis, apesar do bloqueio à venda de armas, e a falta de treino (ou o ódio) do pessoal que as manipula, faz que as vítimas israelitas sejam todas civis ou, quando muito, jovens pacifistas obrigados a integrar-se no Tzahal para heroicamente defenderem o "único estado democrático da região" ameaçado na sua existência, portanto, civis em espírito. Por isso é que, das 51 vítimas israelitas da actual guerra, 34 eram "civis" desta segunda espécie e as restantes 17 eram "civis" da primeira espécie apesar de guardarem armas de guerra em casa e de treinarem tiro e tácticas militares habitualmente. Como "civis" e vítimas "inocentes" de uma "guerra que não provocaram", apesar de participantes da ocupação que afinal não é ocupação porque foi Deus que lhes deu aquelas terras, devem ser merecedoras de toda a consternação de todo o mundo.
Já vai longo o artigo, senão exporíamos mais dois ou três outros aspectos da propaganda sionista e da forma como a generalidade da imprensa e dos comentadores a reproduzem. Como vemos é brilhante e não deixa nada ao acaso. Faz-nos lembrar o actual presidente da câmara do Porto ou o primeiro ministro Sócrates, embora nenhum deles tenha atingido já tal grau de refinamento. Quanto a Rui Rio talvez seja por sentir a necessidade de aprender alguma coisa com os sionistas que tem apoiado a comunidade judaica portuense. É erro, porque ser judeu não significa ser sionista e, por certo, a comunidade judaica portuense condenará de voz alta todos os crimes do estado hebreu.
De SilplicioPortugal a 31 de Julho de 2006 às 11:24
Artigo está muito bem conseguido!
Parabéns!
Contra as Guerras de Agressão os Povos Vencerão!
Morte ao Imperialismo Americano!
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