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Segunda-feira, 25 de Julho de 2011

Não pagamos a dívida! Não pagamos o imposto!

É em torno da palavra-de-ordem “Não pagamos!” que tem de ser organizada a resistência ao novo imposto.

Não pagamos a dívida e não pagamos o imposto!

O governo Passos Coelho/Cavaco/Paulo Portas é responsável por um autêntico assalto aos bolsos dos trabalhadores portugueses ao decapitar metade do 13º mês/subsídio de Natal.

Foi uma encenação, demonstrativa da podridão ideológica burguesa, o que se passou no anúncio do roubo feito pelo primeiro-ministro e na “explicação” sobre os pormenores do mesmo feita pelo ministro das finanças.

Um veio “justificar” a necessidade imperiosa do novo imposto com a descoberta de um “desvio colossal”. O outro veio dizer que entre as palavras “desvio” e “colossal” haveria outras que, na sua imaginação e interpretação, quereriam dizer que haveria, sim, desvio mas o que realmente era colossal era o trabalho para o corrigir e não o desvio... e que, entretanto, o que justificava o novo imposto seria uma atitude de prevenção e não uma necessidade imperiosa… 

Um anunciou que seria um imposto que incidiria sobre todos os rendimentos (e por isso seriam precisos alguns dias para serem estudados os pormenores…). O outro veio “explicar” porque é que os juros e os dividendos, ou seja, os rendimentos provenientes de capital, ficam isentos…

Um anunciou um imposto extraordinário, só para este ano. O outro vai “explicando” que não é bem assim, que vai tentar que para o ano não seja necessário cobrá-lo…

Estórias… porque todos sabemos que este imposto se destina a tapar o buraco aberto nas contas públicas pela imposição da tróica, subscrita pelo governo anterior e pelos partidos deste governo, de diminuir em vários pontos percentuais a “taxa social única” paga ao Estado pelas empresas. Portanto, trata-se, de facto, da existência de um desvio, mas promovido pela tróica e por este e o anterior governos, dos já parcos bolsos dos trabalhadores para engordar os capitalistas.

Por esta amostra podemos antecipar que o ministro das finanças é um ministro a prazo a sacrificar, como bode expiatório, no altar da “opinião pública”, do inevitável desastre económico que se aproxima cada vez mais rapidamente pela acção do próprio governo. Ter um “bode” parece ser o plano deste governo para se salvar e prolongar o seu reino de terror sobre os pobres e os trabalhadores.

Este ataque aos parcos rendimentos das famílias trabalhado-ras tem de ser firmemente recusado e combatido nas ruas, nas fábricas, nos campos e em todos os locais onde vive e trabalha a população trabalhadora, onde se incluem os precários e também os desempregados.

Só uma atitude de capitulação e de subserviência perante a chantagem da dívida pública pode impedir que seja lançado de imediato um forte movimento de luta para exigir a revogação do novo imposto.

É inadmissível que os partidos da oposição parlamentar que se dizem de esquerda e os dirigentes das centrais sindicais se limitem agora a clamar por uma “justa repartição dos sacrifícios”, legitimando assim o novo imposto e os sacrifícios a que são forçadas as classes trabalhadoras para pagar uma dívida que não é sua.

É em torno da palavra-de-ordem “Não pagamos!” que tem de ser organizada a resistência ao novo imposto.

Não pagamos a dívida e não pagamos o imposto!

Por um governo democrático patriótico!

 

Org. Reg. do Norte do  PCTP/MRPP

Julho de 2011

publicado por portopctp às 22:18
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Terça-feira, 26 de Outubro de 2010

Os suspeitos do costume

Como é do conhecimento de todos, Portugal está prestes a ser “salvo” por dois grupos de personalidades notáveis que nos vão fazer esquecer de vez o nunca consumado regresso do “Desejado” D. Sebastião.

Estamos a falar, como é óbvio, das negociações em curso entre PS e PSD que visam a aprovação do Orçamento de Estado. Do lado dos intitulados Socialistas [sic], temos, nada mais, nada menos, que um dos responsáveis pelo papão fiscal que se tornou o nosso país, o Sr. Teixeira dos Santos. Este senhor, parafraseando Almada Negreiros, saberá gramática, saberá sintaxe, saberá medicina, saberá fazer ceias para cardeais, saberá tudo menos de finanças, que é a única coisa que ele faz!

Do lado dos sociais democratas, temos nada mais, nada menos, que um homem habilidoso que dá pelo nome de Eduardo Catroga. Este bravo guerreiro é responsável, entre outros feitos maravilhosos, por ter mandado penhorar a retrete de um dos grandes clubes de futebol da nossa praça. Este douto e premiado senhor, que foi já Ministro das Finanças de um governo liderado por Cavaco Silva, vem agora fazendo corar de inveja os grandes mestres em economia e finanças, acrescentar umas vírgulas e uns pontos finais ao OE do PS, com vista a torná-lo mais “justo” e susceptível de aprovação.

Desta forma, o Povo português pode estar descansado, porque este “casamento” entre o pior ministro das finanças da União Europeia (de acordo com o Financial Times) e aquele que tem como facto mais memorável na sua carreira a penhora de um utensílio de uma casa-de-banho indispensável para quem dela fazia uso terá por certo um final “feliz”.

O Povo português tem obrigatoriamente de mudar de rumo e mandar para o caixote do lixo da história estes mandadores sem lei. Se não lutarmos e parafraseando Zeca Afonso estes Vampiros vão comer tudo e não vão deixar nada.

 

A luta não pode parar!

Jähn

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Quinta-feira, 13 de Maio de 2010

Este Governo e o bloco central que o ampara devem ser derrubados!

As novas medidas celeradas de Sócrates – este Governo e o Bloco central que o ampara devem ser derrubados

 

Tal como se esperava, por ser próprio de um governo de sacripantas e vende-pátrias, o Governo do PS resolveu intensificar e alargar as suas medidas contidas no PEC inicial, todas elas para fazer a classe operária e os trabalhadores pagarem as consequências de uma crise para a qual em nada contribuíram e com a qual nada têm a ver.

 

Perdendo de vez a vergonha e contando com o apoio mais explícito do PSD, que aliás nunca lhe faltou, Sócrates, encenando a farsa de distribuir os custos do endividamento externo por todos, anuncia agora desesperadamente medidas que antes repudiara e que certamente não ficarão por aqui, e que atingem exclusiva e gravemente os que vivem do seu trabalho, os desempregados e os pobres.

Não está aqui em causa discutir se os impostos devem subir mais ou menos ou se corta nos subsídios de desemprego e noutras prestações sociais em lugar de roubar a parte do salário relativa ao 13º mês.

 

O que está em causa é toda a política que subjaz às medidas do PEC e ao que agora eufemísticamente se chama de medidas adicionais.

 

É que, em lugar de definir um plano de desenvolvimento económico para o país, única via geradora de emprego, este Governo, apenas se preocupa em adoptar medidas financeiras e orçamentais assentes num ataque desmedido e sem precedentes aos trabalhadores, para à custa destes satisfazer os abutres especuladores financeiros internacionais e os interesses das grandes potências industriais europeias, com a Alemanha à cabeça.

 

A situação é grave, não para os capitalistas a quem este plano e estas medidas visam salvar, mas para o povo trabalhador que, a deixar passar esta política, será atirado para condições de sofrimento, de miséria e de exploração inauditas, sem que possa alimentar sequer a mínima expectativa de se libertar delas, enquanto à frente dos destinos do país estiver um governo de bloco central, com o apoio e empenhamento de Cavaco Silva.

 

Aos trabalhadores portugueses resta lutar e lutar arduamente, colocando como objectivo político dessa luta, em solidariedade com a luta dos restantes povos da Europa, o do derrubamento deste Governo e a derrota desta política.

 

E para alcançar esse objectivo, é indispensável construir uma forte e ampla unidade da classe operária, dos trabalhadores, dos desempregados, dos democratas em torno da organização e realização vitoriosa de uma Greve Geral Nacional.

 

O PCTP/MRPP tudo fará para não deixar passar sem a resposta adequada esta declaração de guerra, denunciando os oportunistas e os cobardes que, aparentando divergir do governo, se tornam seus prestimosos cúmplices.

 

Lisboa, 13 de Maio de 2010

 

O Gabinete de Imprensa do PCTP/MRPP

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Terça-feira, 10 de Novembro de 2009

O papel das recomendações

Já sabemos: amanhã, 4ª feira, o ministro das finanças vai ouvir mais umas "recomendações" do comissário europeu sobre a redução do défice do orçamento de Estado dos 8% de 2009 para menos de 3% em 2013. Para Portugal indica que "uma trajectória de ajustamento credível e sustentável requer que as autoridades portuguesas comecem a consolidação em 2010", dito em conferência de imprensa. Também ficámos a saber que essas recomendações se transfomarão em plano de ajustamento orçamental após aprovação na reunião da ECOFIN de 2 de Dezembro.

Esta história já a ouvimos pelo menos umas outras duas vezes. Já sabemos, também, quais são as consequências: veremos um ministro, muito sério, a comunicar-nos a gravidade da situação, embora negando as previsões da CE e afirmando que as suas é que são boas, e as medidas que se verá obrigado a tomar para o orçamento obedecer aos critérios da UE. Invariavelmente essas medidas traduzir-se-ão num agravamento da situação real dos trabalhadores e numa melhoria da situação real dos capitalistas (tudo muito disfarçado com interpretações dos números enganadoras e um discurso populista).

Como se vê estas recomendações têm um papel central na governação. Dantes, documentos com igual função, chamavam-se decretos, e os emissores eram órgãos de soberania... Hoje existe uma cadeia de comando cujo ponto terminal é um órgão já sem soberania, tudo cada vez mais parecido com uma ditadura tirânica.

Terão a devida resposta popular!

publicado por portopctp às 23:36
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Sábado, 17 de Outubro de 2009

A dimensão

Aproxima-se o dia em que todos ficaremos a saber, não a verdadeira dimensão do défice, mas sim a dimensão do défice adequada à propaganda necessária à burguesia para aplicar as medidas anti-populares que virão com o próximo orçamento.

Quem poderá pensar em seriedade?

Um exemplo: a maior parte dos bancos europeus, o que inclui os "portugueses" e segundo os critérios até há bem pouco tempo considerados bons, estão falidos. O valor dos seus bens não cobre o valor das suas dívidas. E isto apesar de terem vindo a apresentar lucros nas suas contas.

Na realidade esses lucros são apenas números num papel pois resultam exclusivamente das novas normas contabilísticas que a Comissão Europeia aprovou para os bancos e outros agentes financeiros e que vigoram desde o terceiro trimestre do ano passado.

Nas palavras de Durão Barroso, proferidas na altura, tais novas normas iriam evitar que, por via das normas então em vigor, bancos saudáveis entrassem em falência. Na realidade, essas novas normas o que produziram foram meios de aprofundar ainda mais os problemas financeiros dos bancos "portugueses".

Ao, falsificando as contas, demonstrarem lucros, produziram realmente uma forma de licitamente "exportarem" os poucos capitais  de que ainda eram detentores ou sob a forma de distribuição de dividendos ou pelo transacionamento de títulos. Quanto maiores os "lucros" no papel, maior a tripa-forra. E, de permeio, os gestores premeiam-se principescamente a si próprios com o beneplácito dos accionistas. Tudo boas coisas para a já péssima saúde dos bancos!

Os resultados ir-se-ão ver: os avales do Estado ao sector bancário, disponíveis desde o ano passado e no valor de 45 dias de trabalho dos 5 milhões de pessoas que se encontram a trabalhar em Portugal, irão ser mobilizados (se é que já não estão a ser mobilizados agora); e novas fusões surgirão (a palavra falência irá ser escondida até ao fim). Ou seja, vão utilizar o Estado como uma bomba que bombeia directamente a riqueza criada na sociedade para os bolsos da alta finança.

E tudo isto é possível aparentando normalidade no funcionamento da banca!

No Estado e no orçamento do Estado ainda é mais fácil aparentar  normalidade. Tudo parecerá bem qualquer que seja o défice que lá esteja inscrito. O governo e as oposições parlamentares  encarregar-se-ão de criar uma nuvem de fumo para esconderem o carácter de classe do mesmo.

A verdade é assim: seca. E precisamos sabê-la.

publicado por portopctp às 06:59
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Quinta-feira, 8 de Janeiro de 2009

O "suplemento"

Quando toda a gente estava à espera que o governo viesse propor uma revisão do orçamento para 2009 resultante da conclusão do primeiro ministro de que provavelmente já estaríamos  em recessão e que esta se prolongaria por todo o ano, veio o ministro das finanças, em  pose de grande autoridade e como se fosse uma questão de princípio, negar qualquer rectificação afirmando que iria apresentar, isso sim, um orçamento "suplementar". E explicou: não se trata de rectificar nada do orçamento que estivesse errado, mas sim de "acrescentar" o pacote de medidas "anti-crise" aprovado no conselho de ministros extraordinário de dia 14 de Dezembro, um Sábado (sublinhado do dito ministro), na sequência da autorização da véspera de Bruxelas, ao dito orçamento. E explicou melhor: rectifica-se orçamentos ou, quando não sendo possível realizar o que está programado com as receitas previstas, se altera o que se vai fazer ou, nessas mesmas circunstâncias, se alteram as receitas. E no caso, continuou a explicação,  o que se vai fazer é aumentar o dinheiro que se vai gastar e aumentar também o que se vai fazer. Que rica, necessária e adequada explicação!!!

Quando todos os números previstos pelo governo no orçamento aprovado relativos ao crescimento do PIB, do desemprego, do preço do petróleo etc. etc. estão errados (agora também já no entender do ministro), o défice para o ministro será o previsto e apenas há a acrescentar ao mesmo os 1280 milhões de euros das ditas medidas!!! 

Quando é que o ministro vai aprender a fazer contas?

publicado por portopctp às 23:42
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Segunda-feira, 3 de Novembro de 2008

Confiança

Dando mostras de uma imorredoira confiança na saúde financeira da banca, na seriedade dos banqueiros e nas suas próprias previsões, veio, ontem, o ministro das finanças anunciar três novas medidas anti-crise: que, afinal, o défice não será em 2008 de 2,2% mas de 4% (bom, não empregou bem estas palavras mas confessou, finalmente, que as contas do estado não têm sido verdadeiras: gastou até agora sem estar orçamentado mais de 2,4 milhares de milhões de euros que neste momento deve a empresas, haverá outra maneira de justificar essas dívidas?); que o défice em 2009 não será 2,2% mas 5% (bom, não empregou bem estas palavras, mas a saúde da banca é tal, que vai precisar de 4 mil milhões de euros em 2009 para resolver os problemas imediatos de solvabilidade); que, se calhar, o défice de 2008 ainda vai ser maior que 4%, não sabe é ainda bem quanto, está a ser apurado por comissões independentes qual o valor a pagar pela nacionalização do BPN  (bom, não empregou bem estas palavras, mas vai propor a nacionalização do BPN como prémio e em virtude da seriedade dos seus donos).

 

publicado por portopctp às 07:47
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Quinta-feira, 23 de Outubro de 2008

Porque será?

Ainda agora começámos a ler o "Relatório do Orçamento do Estado para 2009" e, logo nas primeiras páginas, demos com um exemplo do "rigor financeiro" posto na sua elaboração, rigor ao qual nos quer também habituar este governo, a exemplo dos anteriores, mas ainda com mais afinco.

De que "rigor" se trata? Primeiro, em afirmar que o crescimento do PIB e a inflação estimados para 2008  vão ser respectivamente de 0,8% e 2,9% e segundo, em elaborar o quadro seguinte - o primeiro do Relatório, designado por  "Contas das Administrações Públicas (2007-2009)" - onde a estimativa do PIB nominal para o ano corrente nada tem a ver com esses dois valores (deveria ser igual ao PIB nominal de 2007x1,029x1,008, mas não é):

 

ANO 2007 2008 (estimativa) 2009 (previsão)
receita total 70.372.300 43,2% 73.860.100 43,9% 75.997.700 43,8%
Receita fiscal e contributiva 59.517.500 36,5% 61.625.700 36,6% 61.361.200 35,3%
Despesa total 74.590.300 45,7% 77.556.200 46,1% 79.848.200 46,0%
Despesa corrente primária 64.308.600 39,4% 67.742.900 40,2% 67.947.900 39,1%
Despesa primária 69.998.700 42,9% 72.508.600 43,1% 74.072.200 42,6%
Saldo -4.218.100 -2,6% -3.696.100 -2,2% -3.850.500 -2,2%
Saldo corrente primário 4.601.800 2,8% 3.705.100 2,2% 4.521.500 2,6%
Saldo primário 373.500 0,2% 1.351.500 0,8% 1.925.500 1,1%
Saldo estrutural   -2,5%   -2,2%   -1,8%
Saldo primário estrutural   0,3%   0,8%   1,5%
Investimento 3.761.900 2,3% 3.845.700 2,3% 4.350.500 2,5%
Dívida pública 103.702.000 63,6% 106.965.800 63,5% 111.176.900 64,0%
PIB nominal 163.082.900   168.356.400   173.683.800  

Valores em milhares de Euros; percentagens relativas ao PIB nominal

 

Assumindo os valores indicados no dito relatório para a inflação anual, facilmente se conclui que a estimativa do crescimento do PIB em volume para 2008 é apenas de 0,3 em vez dos 0,8 adiantados na parte escrita do relatório:

Inflação    2,9%   2,5%  
PIB a preços constantes (2007) 163.082.900   163.611.662   164.672.118  
Crescimento em volume   0,3%   0,6%  

 

Olhando ao passado, só por ironia poderíamos afirmar que "um erro todos cometem", e este seria não mais que uma "arreliadora gralha". Mas, fosse gralha, não seria só uma, pois todas as percentagens da coluna de 2008 estão calculadas em  função da estimativa do PIB nominal o mesmo se passando em relação à previsão do crescimento do PIB para o ano seguinte, estando, por isso, imbuídas desse erro (considerando a mesma previsão do valor nominal do PIB para 2009 mas emendando a estimativa do valor nominal do PIB referente a 2008 para o valor correspondente a um crescimento em volume de 0,8%, obteríamos uma previsão do crescimento do PIB  em volume para 2009 de 0,2% em vez dos 0,6% do relatório).

Pois se o governo "prevê com realismo, prudência e rigor financeiro", também nós temos uma "nossa previsão rigorosa", embora não financeira e apenas empírica,  a respeito da utilização futura dos números postos no relatório e que é a seguinte: se a "gralha" não vier a lume, no momento presente em que o que está em discussão é o orçamento para 2009 os números apresentados pelo governo são excelentes para comparar 2009 com 2008, pois os números "revelam" uma melhoria em todos os itens deste ano para o próximo, restando às oposições não acreditar na possibilidade da realização dos números mas tendo que acreditar na "vontade de melhorar" do governo (convirá dizer que se fossem apresentados os valores correspondentes a um crescimento em volume de 0,8% em 2008 a comparação seria péssima para 2009, todos os indicadores piorariam); mas quando forem apuradas as contas públicas do ano de 2008 já muito perto das eleições e quando o que interessa é apurar "as realizações do governo", então, mesmo no caso da inflação disparar que é o que mais provavelmente irá acontecer, teremos o governo a propagandear que foram apurados resultados muito melhores do que aqueles que previra aquando da apresentação do orçamento (esquecendo, nessa altura, a comparação com 2009 que, com os novos números apurados, será péssima para esse ano com a degradação de todos os indicadores). Em conclusão o que a "gralha" visa, mesmo descontando o cenário cor-de-rosa apresentado, é escamotear o quão mau vai ser o ano de 2009  em comparação com 2008 e, como contrapartida, "demonstrar" o quão bom e cauteloso nas previsões é este governo.

Se o governo já nos habituou ao uso deste tipo de truques para trocer os números a seu favor em cada momento e, portanto, não nos espante que os seus apaniguados não "descubram" uma "gralha" tão central na ideologia "da eficiência" do governo, já nos espanta que centenas de especialistas "independentes" e da oposição parlamentar a não tenham descoberto nem denunciado. Porque será?

publicado por portopctp às 06:49
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Terça-feira, 22 de Janeiro de 2008

Oásis, mas sem água

Vivemos num oásis. Esta a versão que o ministro das finanças nos apresenta da situação do país no meio da crise do capitalismo Ocidental. (Deve ser um oásis sem água). Para justificar esta teoria apresenta a avaliação que foi feita do sistema bancário português pelo mesmo tipo de gente que classificou como bons os "pacotes" de produtos financeiros que a prova de fogo da prática provou nada valerem. Por isso diz que não precisa tomar medidas e aparenta enterrar a cabeça na areia. Mas sabe que a queda das bolsas após as centenas de milhares de milhões de euros disponibilizadas pelos bancos centrais e a quebra nas taxas de juros dos bancos centrais significam que a inflação vem aí. E também maior desemprego. Tanto mais grave quanto os capitalistas e gestores não abdicam dos seus roubos milionários. Podem faltar meios para tudo, mas para os seus gastos sumptuosos e insultuosos nunca faltam. E o que o ministro fará, e já está a fazer, é assegurar que tudo se passa assim. Conta com a bonomia do povo, mas não a encontrará. Encontrará luta, isso sim. Luta pelo derrubamento do governo a que pertence. Luta pelo derrubamento do sistema que defende.

 

ABAIXO O GOVERNO SÓCRATES/CAVACO!

O SOCIALISMO É A ÚNICA VIA PARA O PROGRESSO!

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publicado por portopctp às 23:17
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Sexta-feira, 23 de Novembro de 2007

Para além dos relatórios...

Foram tornados públicos, recentemente, relatórios de duas "entidades independentes": do Tribunal de Contas, o "Relatório - Acompanhamento da Situação Económico Financeira do SNS"  e da Provedoria de Justiça, o "relatório da inspecção aos serviços de finanças - execuções fiscais".

Sem prejuízo de análise posterior mais aprofundada de cada um deles, o que ressai imediatamente de uma primeira leitura são: o conjunto enorme de ilegalidades que a burocracia estatal comete (desde o simples não cumprimento até à violação sistemática de normas legais e de direitos dos cidadãos, passando por procedimentos arbitrários); o chorrilho de mentiras com que os ministros nos costumam brindar; a pouca fiabilidade das informações prestadas pelos organismos do estado mesmo aos seus pares; as orelhas moucas que o poder político faz a decisões de tribunais; a inconsequência dos tribunais quando o réu é o estado ou figuras do estado. E isto, para além do próprio objecto dos relatórios...

 

publicado por portopctp às 23:09
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