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Quinta-feira, 29 de Março de 2012

As lições da Greve Geral

1.    A greve geral de 22 de Março de 2012 foi uma grande jornada de luta, de unidade e de vitória da classe operária e do povo português.

Ao contrário das greves gerais ateriores, a greve geral de 22 de Março não só não teve o apoio do Engº Proença e da direcção nacional da UGT, como foi escandalosamente combatida pelo secretário-geral e pela direcção daquela central sindical.

Contudo, a atitude de empenhados fura-greves tomada por Proença e outros dirigentes da UGT não foi de modo algum acompanhada pela esmagadora maioria dos trabalhadores filiados naquela central. Com efeito, a generalidade dos trabalhadores inscritos em organizações sindicais da UGT aderiu e participou activamente, designadamente na constituição de piquetes, na greve geral de 22 de Março.

Por um lado, o movimento da greve geral isolou os dirigentes da UGT, e, por outro, soube unir numa só e única luta os trabalhadores portugueses, independentemente das centrais e organismos sindicais onde estivessem inscritos.

A grande jornada de luta do passado dia 22 de Março deixou-nos uma primeira e importante lição: é possível organizar, desencadear e conduzir em Portugal uma greve geral, mesmo quando alguns dirigentes e algumas correntes sindicais se opõem ao desejo de luta das massas trabalhadoras.

 

2.    Os dirigentes da UGT, muito embora isoladíssimos da sua base sindical, não invocaram um único argumento sólido para se oporem à greve geral de 22 de Março e, muito menos, para a combater, como o fizeram desde o momento em que a greve foi convocada.

Para justificar a luta que os opuseram à greve geral, Proença e outros dirigentes traidores, acantonados na UGT, nem sequer invocaram o compromisso para o crescimento, competitividade e emprego, triste documento de traição assinado com o patronato e o governo em sede de comissão permanente de concertação social.

E não invocaram o compromisso, por duas razões fundamentais: a primeira, porque a nova lei laboral, que visa impor um novo Código do Trabalho, é uma lei para a liberalização dos despedimentos e para o roubo dos salários e do emprego, que vai muito mais além, na sua ofensiva ideológica, política, económica e social contra a classe operária e os trabalhadores, do que o texto de traição assinado por Proença; e por outro lado, porque aquilo que efectivamente Proença vendeu ao governo e ao patronato não foi apenas – e já seria intolerável! – o despedimento sem justa causa, o roubo de uma semana de trabalho não pago, o roubo de salários e o pacote individual de horas a controlar pelo patrão, mas também e sobretudo vendeu, e não quer que ninguém o saiba, o próprio direito à greve, por tempo indeterminado.

A grande jornada de luta do passado dia 22 de Março levou ao completo, definitivo e total desmascaramento de Proença e da direcção nacional da UGT, como instrumentos de traição do movimento sindical e das greves operárias.

Esta é a segunda lição da última greve geral, igualmente da maior importância para o movimento operário e revolucionário em Portugal.

 

3.    A greve geral de 22 de Março representa, do ponto de vista qualitativo e político, uma vitória muito mais importante do que a grande vitória da greve geral de 24 de Novembro, ainda que o número total de trabalhadores envolvidos possa ter sido inferior, como o foi.

Com efeito, foi menor a participação dos operários e trabalhadores das empresas privadas (Palmela furou a greve e não é filiada na UGT, mas sim na Intersindical e baseada na aliança PCP/BE), e não houve greve nas regiões autónomas.

Acontece, porém, que a greve geral do passado dia 22 de Março impôs uma derrota política esmagadora ao governo, ao patronato e aos seus lacaios no movimento sindical.

A greve geral de 24 de Novembro havia mostrado que o governo, apesar de se ter constituído na base de uma maioria parlamentar, tinha perdido definitivamente a maioria sociológica em que alegava assentar, dado o apoio do PS ao memorando da Tróica; mas a greve geral de quinta-feira passada (22 de Março) arrancou ao governo e ao patronato a maioria política com que julgava contar, baseado no apoio dos traidores das direcções do PS e da UGT.

Neste momento, a greve geral concedeu aos operários e trabalhadores portugueses uma maioria política de combate, que conduzirá directamente, se bem orientada, à derrota e á demolição do governo PSD/CDS.

E esta é a terceira lição a extrair daquela grande jornada de luta.

 

4.    A vitória obtida na grande jornada de luta de 22 de Março é uma vitória do movimento operário e sindical português.

Não é uma vitória da Intersindical nem dos revisionistas do PCP, nem dos oportunistas do Bloco dito de esquerda.

Toda e qualquer tentativa da Intersindical e do PCP para reivindicar essa vitória significa uma distorção grave do sentido da luta operária e sindical e será o primeiro passo para a derrota desse grande movimento grevista.

Esta lição da última greve geral é da máxima importância para o futuro.

 

5.    É, pois, com apreensão que os trabalhadores grevistas, depois de uma jornada de luta sem quartel e no meio de doridos sacrifícios pessoais e familiares, vêem a sua vitória contra o novo Código do Trabalho e contra o governo de traição nacional PSD/CDS, transformada num pindérico pedido de conversações com o primeiro-ministro, para discutir – imagine-se! – a proposta de aumentar um euro por dia ao salário mínimo nacional, tal como, na noite do fim da greve, propôs o novo secretário-geral da CGTP-Intersindical.

Essa proposta é uma proposta de traição à grande vitória obtida na greve geral de 22 de Março.

A Intersindical não é dona da vitória na greve do dia 22 de Março; e não tem mandato dos trabalhadores grevistas para negociar com o governo um caderno que nunca apareceu, até a greve acabar, como o caderno reivindicativo e sindical da greve.

Conhecemos demais os revisionistas, para saber que as suas entradas de leão nas lutas das massas escondem a estratégia encapotada das saídas se sendeiro e da entrega ao patronato.

Não há nada a dizer ao governo de traição nacional PSD/CDS, que as greves gerais anteriores, e sobretudo, a greve geral de 22 de Março não tenham dito: o governo para a rua; morte ao novo Código do Trabalho, ou seja, aos despedimentos, ao roubo dos salários e do trabalho, e tudo por um novo governo democrático patriótico.

A greve do passado dia 22 de Março foi uma greve política contra o governo; não foi uma greve por um miserável aumento de 1€ por dia no salário mínimo nacional.

A ir por onde vai, a Intersindical está a seguir o caminho da UGT e Arménio Carlos está a transformar-se no irmão gémeo do traidor Proença.

Tal é também uma importante lição a extrair da natureza das tergiversações políticas do PCP e da Intersindical no decorrer da greve geral de 22 de Março.

 

6.    O significado político da vitória obtida na última greve geral impõe um estudo aprofundado e uma reapreciação táctica não das tarefas, mas das formas de luta a promover para o desenvolvimento do movimento sindical e do movimento operário em Portugal.

O nosso objectivo imediato – o objectivo dos operários e das massas trabalhadoras – é o derrubamento do governo de traição nacional PSD/CDS e a sua substituição por um governo democrático patriótico, que reagrupe todas as forças democráticas, saído de eleições, com um programa bem definido, que repudie o pagamento da dívida, nacionalize a banca e as principais empresas produtivas, rejeite e revogue toda a legislação laboral em discussão no parlamento para votação na próxima Quarta-feira e proponha o desenvolvimento económico do país, como forma de combate imediato ao desemprego e de promover os direitos económicos e sociais dos trabalhadores.

Haverá, com certeza, mais greves gerais em agenda, mas tais greves devem obedecer a uma cuidada e intensa organização, de modo a desferir no governo golpes cada vez mais incisivos e demolidores.

As greves gerais ou sectoriais em perspectiva devem obedecer a uma direcção política própria, não meramente sindical, mas estruturada em comissões de trabalhadores unitárias, obviamente com representação sindical.

Há todavia muitas outras formas de luta, não unicamente sindicais, que devem ser organizadas pelos trabalhadores, com o objectivo imediato de se oporem às novas leis laborais, ao roubo de salários e ao roubo de trabalho, aos despedimentos e ao empobrecimento das massas.

Estão entre essas formas de luta, algumas já usadas designadamente pelos maquinistas da CP, as greves às horas extraordinárias, ao aumento da jornada de trabalho, assim como as greves sectoriais, mas também outras formas de luta, como os plenários de trabalhadores por empresa, por sector ou por oficina, para discutir a situação e adoptar medidas concretas de luta.

Todas as formas de luta, e não apenas a greve ou a greve geral, são legítimas, quando os trabalhadores têm de fazer face a medidas ilegais e ilegítimas do patronato e do governo.

 

7.    As últimas greves gerais – e não apenas a de 22 de Março – mostraram muitas mazelas no movimento sindical português, a que é preciso pôr cobro e contra as quais há que lutar empenhadamente.

Há uma fraca sindicalização dos trabalhadores portugueses, que resulta de muitas causas nunca suficientemente analisadas.

Por um lado, a burocratização do movimento sindical e o controlo apertado de verdadeiras máfias dirigentes afastam os trabalhadores dos sindicatos; mas também, e sobretudo, o ataque do patronato aos sindicatos e ao tipo precário das relações de trabalho estabelecidas, acabam por afastar ainda mais os trabalhadores.

 

8.    A grande vitória política obtida com a última greve geral impõe uma reapreciação táctica.

O PCTP/MRPP e a linha sindical Luta-Unidade-Vitória devem intensificar o combate contra o oportunismo no seio do movimento sindical, lutando pela imposição de uma orientação política global revolucionária, fundada no reforço da unidade das massas trabalhadoras.

Deve lutar-se, por um lado, pela sindicalização em massa dos trabalhadores portugueses ainda não sindicalizados, constituindo tendências sindicais nos sindicatos já existentes e, sempre que for possível, novos sindicatos autónomos, que seguindo com energia e determinação as lições da última greve geral e os ensinamentos das greves gerias anteriores, contribuam para constituir, consolidar e reforçar um movimento sindical revolucionário, como os trabalhadores portugueses o têm estado a exigir nas suas lutas.

O Comité Central

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Quarta-feira, 19 de Janeiro de 2011

Sobre a repressão policial sobre dirigentes sindicais à porta do Primeiro-ministro

NOTA À IMPRENSA

 

A repressão policial sobre dirigentes sindicais à porta do Primeiro-ministro

O que ocorreu hoje junto à residência do primeiro-ministro, onde a polícia montou uma operação repressiva provocatória contra os dirigentes sindicais da Frente Comum que ali foram manifestar-se, merece da parte do PCTP/MRPP uma vigorosa condenação.

A tentativa de encurralar os trabalhadores e de, à saída da manifestação, empurrá-los para apenas uma das ruas, mais não representou do que um ensaio para futuras acções repressivas do governo de Sócrates e de Cavaco Silva se for eleito de novo.

Por outro lado, o que hoje se passou mostra que os esbirros da polícia enviados para reprimir as manifestações dos trabalhadores estão ensinados para reagir com uma desmedida e incontrolável violência ao mínimo esboço de resistência e firmeza por parte do povo em luta.

Não há que ter ilusões - em resposta à brutalidade policial que hoje se abateu sobre os dirigentes sindicais, os trabalhadores têm de se preparar para inevitáveis confrontos para poderem levar a sua luta até ao fim contra as medidas de austeridade do Governo.

 

Lisboa, 18 de Janeiro de 2011

 

A Comissão de Imprensa do PCTP/MRPP

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Sábado, 1 de Maio de 2010

Mais democracia sindical!

Nas recentes greves no sector dos transportes e já também nas dos funcionários públicos foi patente a existência de chantagens e ameaças sobre os trabalhadores abrangidos pelas convocatórias de greve.

A situação é de tal maneira grave que alguns (a grande maioria) dos dirigentes sindicais acham absolutamente normal que os trabalhadores em posição mais frágil não façam greve.

Como se chegou a este ponto?

Como é possível achar-se normal furar greves?

Foi um longo caminho empreendido pela burguesia de desmoralização dos trabalhadores.

Mas o ponto essencial está na democracia sindical. Foi aí que a burguesia atacou com maior êxito e onde é necessário reverter tudo. As greves são decididas pela maioria dos trabalhadores que votam mas, depois, essa maioria revela-se incapaz de aplicar essa decisão democrática.

O que falta? Um órgão que faça cumprir essa decisão: piquetes de greve suficientemente ameaçadores para que, mesmo os mais sabujos da hierarquia ou das administrações, possam justificar-se dizendo "o piquete não me deixou trabalhar". E isto é o mínimo para que haja democracia.

Não é assim que são aprovadas e são aplicadas as leis? Importam-se os "democratas" com os ausentes nas urnas de voto quando são eleitos para órgãos do Estado? Para eles basta-lhes a maioria dos votos expressos para fazerem leis que depois impõem a todos os outros usando as polícias e os tribunais.

Pois a greve, após ter sido decretada, é a lei sindical e a sua aplicação tem de ser imposta aos seus prevaricadores. Se houver alguém que seja contra, então que participe na vida sindical e vote contra a sua decretação, e se esse alguém conseguir ganhar a maioria para o seu lado, não haverá greve. Não pode é continuar a existir a situação actual de escusas esfarrapadas útil a todos (oportunistas e burguesia) menos aos trabalhadores.

Para a greve geral ter êxito, é esta a via.

 

VIVA O 1.º DE MAIO!

PELA DEMOCRACIA SINDICAL!

LUTA, UNIDADE, VITÓRIA!

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Terça-feira, 4 de Dezembro de 2007

Observações para um balanço da greve

Apressou-se o governo a anunciar que adesão à greve se cifrou em 21,8%. Esqueceu-se, como lhe convém, de contabilizar os grevistas da administração local bem como dos serviços da administração central que aderiram a 100%. Só esse "esquecimento", "muito compreensível"  (os serviços que aderiram a 100% não tinham ninguém para contabilizar os aderentes...) pode justificar a discrepância com os números sindicais (80%). Um exemplo: nos serviços de justiça o governo diz que houve uma adesão de 23,75%, mas nos tribunais (que fazem parte desse serviços) a adesão foi de 48,60% e nos serviços de notariado de 19,71% o que daria para os restantes serviços (que representam 41,85% dos funcionários) uma adesão incrível de apenas 5,02%, quando é certo que alguns desses outros serviços, nomeadamente nos Açores e na Madeira, estiveram totalmente paralisados. Outro aspecto falacioso das percentagens governamentais é a de considerar o universo total de trabalhadores de uma dada área sem descontar os trabalhadores em baixa médica (dos quais o governo tanto se queixa ao longo do ano) ou em "mobilidade especial" que, pela sua situação particular, mesmo que, por absurdo, pudessem fazer greve, a sua greve não afectaria qualquer serviço. Temos que, portanto, a pressa em apresentar números, e números desta natureza, está na relação directa com a necessidade de encontrar justificação para a falsidade apresentada (caso uma entidade independente viesse a apurar que os números da greve eram outros então viria a justificação de que os resultados eram parciais e que depois viriam os números definitivos). Simplesmente não há nenhuma entidade que o faça, nem jornalista que se interesse por tirar as dúvidas (o máximo que fazem é a "média" dos dois números e dizer que a greve terá andado pelos 50%) pelo que os números que ficam são estes, os apresentados em "primeira mão".

Esta necessidade governamental e, mais genericamente, patronal em apoucar a dimensão das greves é a medida do seu receio que estas venham a ter uma expressão ainda maior e visa isolar os grevistas do restante povo. A imprensa tem um papel complementar ao não executar com seriedade a sua função (formal). Claro que este apoucar tem ainda uma outra dimensão que é a de dar suporte à posição governamental, mil vezes proclamada, de que o governo respeita o direito à greve, simplesmente, mantem a "firmeza" da sua posição mantendo-a inalterada.

Também as loas a "vitória dos trabalhadores" não ajudam coisa alguma e até suportam essa posição do governo. Correspondem objectivamente à desmobilização (se se alcançou uma grande vitória não é preciso, para já, lutar mais, talvez no futuro mas, por agora, não). O resultado é caminhar-se de vitória em vitória para o desastre total, para a dessindicalização, para uma situação de cada vez menor força dos trabalhadores, para um mercado de trabalho cada vez mais opaco, etc., etc. . Quando nenhuma das reivindicações dos funcionários é satisfeita, nomeadamente a principal, referente aos aumentos salariais, não se pode proclamar vitória, apenas se pode porlongar a luta.

Sem dúvida que o sector dos funcionários públicos é um sector difícil de mobilizar com tendência para piorar. Isso deve-se ao facto de grande parte dos funcionários públicos "deverem" o seu emprego a "cunhas". Todos sabem como são a generalidade dos concursos públicos onde o que realmente vale quando há provas é a entrevista, e quando a prova é apenas documental a experiência no serviço é que conta (porque já entraram seis meses antes pela porta do cavalo dos "recibos verdes", sim, é verdade, os "recibos verdes" também servem para isto, para entrar pela porta do cavalo). Até mesmo nos concursos para funções em que aparentemente existe alguma justiça, como o caso dos professores e médicos, há casos que ocorrem que só se justificam pelo facto de haver "mexidas de cordelinhos" para que este ou aquele estarem abrangidos por critérios que os favorecem perante outros candidatos (casos irracionais de habilitações preteridas em favor de outras objectivamente menos adequadas às funções, por exemplo, que são o pão nosso de cada dia). Daqui a dificuldade. Há muitos favores a pagar e que têm de ser pagos. As classificações ainda mais ajudam, uma vez que os critérios para classificação têm uma componente subjectiva dominante e os "chefes dos chefes" são de nomeação governamental, logo a mobilidade especial quando ocorre é sempre no sentido de "purificar" os membros do quadro: quem está enfeudado (em razão das "dívidas de gratidão" pelo posto alcançado ou do temor ou da convicção) fica, os outros saem. Digamos que o que foi "importado" do sector privado para o sector público, neste domínio da "gestão de pessoal", foi o que de pior ali foi encontrado: a mediocridade, o amiguismo e o nepotismo. Não mais foi a competência comprovada por critérios objectivos, justos, compreensíveis e lógicos. Se esta situação gera dificuldades, também coloca, pelo menos, uma  necessidade: a necessidade da exigência de transparência dos concursos públicos e das classificações de desempenho quando se faz greve, mesmo que o assunto da greve seja outro.

Outra observação é que, se se quer alcançar a vitória não se pode dar todos os trunfos ao inimigo. Ou seja, a greve tem de ser prolongada de forma a causar realmente dano ao inimigo e, em complemento, deve ser exigido o pagamento dos dias de greve (não como promessa demagógica aos funcionários, mas como facto consumador da vitória dos trabalhadores) Tal vitória é possível, é preciso é uma direcção capaz. De certa forma o governo até se ri (às escondidas) com as greves de um dia: poupa uns cobres (o que lhe dá jeito para gastar esse dinheiro a dar subsídios aos amigos ou "melhorar" as contas do estado ), o serviço é feito na mesma (pois é possível recuperar o atraso de um dia facilmente) e se os cidadãos de alguma forma são prejudicados não sente qualquer responsabilidade por isso (pelo contrário, acha que a "culpa" é dos grevistas e faz propaganda disso, dificilmente contrariada pela propaganda sindical).

Muito mais fica por observar para que se possam tirar todas as conclusões dos resultados, se bem que fique certo que é preciso ir muito mais além do que se foi.

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Quarta-feira, 17 de Outubro de 2007

A prevenção

A onda de indignação que recentemente percorreu as hostes da oposição parlamentar e de comentadores políticos depressa esmoreceu. Encontraram rapidamente nas palavras do ministro da administração interna e nos resultados do inquérito mandado executar por este com o intuito de justificar e suportar a acção policial na Covilhã, explicação e motivo para se calarem. Quando muito, a haver qualquer responsabilidade política no caso, seria apenas por ignorância e eventualmente por omissão: nunca o governo poderia saber o que se passaria na cabeça de cada membro das forças policiais, nomeadamente a vontade de zelo de alguns, especialmente da Covilhã, e, se em alguma coisa falhou, então foi por atraso na clarificação e/ou divulgação das normas ou instruções que devem enformar a actividade policial num "estado de direito democrático". É certo que, a medo ou com rodeios, outras ideias são ainda sugeridas. Mas apenas sugeridas. E não é de espantar. O único aspecto que a corja parlamentar verdadeiramente lamenta é não ser ela a tomar o comando da acção policial. Os revisionistas, os mais atiçados "democratas" e "defensores da liberdade", denunciaram o que há muito escondiam, pela única razão de só agora terem sido vistos pelos trabalhadores em alegre conferência com as forças policiais. Pois que significado terá o facto de estar no hábito local este tipo de actuações? Com certeza foi um "hábito" adquirido no tempo em que dominaram o aparelho de estado e aprovaram a lei que limitava o direito de manifestação (contrariando as promessas da constituição no que respeita à liberdade) e que foi ficando, apesar da situação se ter alterado. Com tantas culpas no cartório a única saída só poderia ser não levantar demasiado a lebre. Aos sociais-democratas e aos democratas-cristãos há a perguntar: tão lestos que foram a mudar todas as leis do PREC (tudo em defesa da liberdade, diziam) porque é que se esqueceram desta (e por acrescento a da requisição civil e da greve)? Naturalmente porque ainda lhes convem (mudá-la-ão, é certo, mais cedo ou mais tarde e juntamente com o PS, mas no sentido contrário, no sentido de restringir ainda mais a liberdade com "medo" do terrorismo). 

Mas o que interessa realçar é a posição do governo Sócrates/Cavaco: a segurança do primeiro ministro faz-se "prevenindo", ou seja, no conceito governamental de prevenção e de normalidade democrática, enviando dois agentes policiais à paisana, adstritos à investigação criminal, a um sindicato inquirindo sobre a manisfestação que se iria realizar e aconselhando a não serem proferidas "injúrias", tudo para garantir a "liberdade" e a segurança dos manifestantes. Não tarda estão a tentar classificar as manifestações em boas e em más. Depois a tentar criminalizar as más. Depois tentarão prender "preventivamente" quem se lhes opuser. Tudo para prevenir males maiores e defender a "liberdade", dirão. Por essa Europa já se vai fazendo algumas dessas. Com a resistência popular. Cá terão a nossa oposição e a de todos os amantes da liberdade.

 

LIBERDADE PARA O POVO!

ABAIXO O GOVERNO SÓCRATES/CAVACO!

 

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Sábado, 30 de Setembro de 2006

"Cluster" automóvel em esboroamento

Azambuja, Nelas, Portalegre e Valongo. Todas elas têm fábricas de multinacionais da indústria automóvel localizadas no seu território. Sobre todas elas paira a ameaça da miséria de grande parte dos seus habitantes porque essas fábricas vão fechar. Todas elas receberam, em tempos, a visita de ministros apontando um caminho, que era, segundo eles, o caminho do desenvolvimento. Ufanavam-se na altura: era a prova de que o país era "competitivo" e para o ser ainda mais, ofereciam uns milhões em incentivos fiscais e em dinheiro vivo para a instalação, para a formação dos trabalhadores ou para outra coisa qualquer. Hoje os ministros dizem que se esfalfam para manter cá essas mesmas fábricas: oferecem tudo e mais alguma coisa mas, mesmo assim, as administrações das multinacionais não se comovem. A decisão está tomada, diz-se. Tem sido este o caminho do "desenvolvimento" do país. E continua a ser. Nenhuma ilação do passado é tirada para o presente. Insiste-se na mesma via. A via da venda em leilão internacional da vida dos operários. Quem oferece mais baixo é quem vende. Sentem-se, os governos burgueses, donos da vida dos operários. Por isso também se sentem no direito de a negociar. Criar condições de "competitividade", resumindo o ponto de vista do governo Sócrates/Cavaco e dos governos que o precederam, pouco mais é que isso. Não admira por isso o fim para breve do "cluster" automóvel sedeado em território português. O encerramento da fábrica de Azambuja arrastará consigo inúmeros outros encerramentos. Palmela, não está a salvo. De nada servirá a submissão operária promovida pelos traidores. O lucro canta mais alto e a voracidade dos capitalistas é insaciável. Quererão cada vez mais submissão. Um capitalista "bom" é um capitalista falido. E disso ninguém se esquece, nem eles nem nós.
Outros caminhos existem. E esses não são de passividade nem de impotência. A luta tem de ser política. E também sindical. Esta cada vez mais internacional. Cada vez mais geral. Na Opel cheirou, mas pouco. A política, contra o governo e contra o sistema. Pelo desenvolvimento humano e do país. Contra a inexistência de qualquer plano nacional que desenvolva a produção com métodos e instrumentos modernos. Que trouxe de novo aos operários portugueses a implantação das multinacionais do ramo automóvel? Uma exploração mais requintada, mas também o conhecimento de novos métodos de trabalho e de organização. E isso é uma força que tem de ser empregue com inteligência.
VIVA A CLASSE OPERÁRIA!
ABAIXO O GOVERNO SÓCRATES/CAVACO!
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Segunda-feira, 5 de Setembro de 2005

União de Sindicatos

A União de Sindicatos recebeu-nos hoje. Apreciaram positivamente o facto de os irmos visitar. Acham, todavia, que estas eleições são pouco relevantes do ponto de vista sindical. Instados a isso, apontaram os interesses que gostariam de ver defendidos no que diz respeito aos desempregados: transportes mais baratos e apoio para a renda de casa. A "limpeza" dos homens de mão que propomos nos "30 pontos para devolver o Porto ao Povo", não os incomoda: os a limpar não serão sindicalizados. A questão da segurança também foi brevemente discutida. No resto apareceu uma certa convergência de análise. O aprofundamento não foi grande.
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