No passado dia 20 de Julho, Manuel Soares, residente na freguesia de Saim, Terras de Bouro, Braga, faleceu devido a paragem cardio-respiratória. Infelizmente, esta situação até aqui não seria motivo de registo, mas o que sucedeu a seguir é vergonhoso e merecedor de uma revolta popular. Até agora só foi notícia e, consequência dessa notícia, a costumeira investigação ministrada pela inspecção da saúde. Gastam-se milhares de euros com inquéritos e investigações, não ficaria mais barato prever estas situações aberrantes? Não salvaríamos dezenas de vítimas?
Pelas 8:00 horas deste fatídico dia, esta pessoa deu entrada no serviço de atendimento permanente (SAP), (será que é realmente permanente?) de Terras de Bouro, mas os médicos só entrariam ao serviço uma hora depois. Foi assistido pelos bombeiros durante uma hora, quando o INEM de Braga chegou o mesmo já havia falecido. E mais incrível ainda: foi a terceira vez que situações similares ocorreram.
Devemos todos lutar para que situações como esta nunca mais sucedam. Quanto vale a vida de um nosso compatriota? Mesmo que tivesse vindo a falecer, o que ainda não sabemos, ele tinha direito a que tivéssemos feito tudo o que estivesse ao nosso alcance para o salvarmos. Será que ele teria falecido se continuasse a residir no Luxemburgo? Que pátria é esta que apenas lhe serviu para local de nascimento e nem sequer lhe deu sustento nem agora foi capaz de o assistir na doença.
A saúde tem que ser um dos paladinos dos investimentos do país, pode não haver dinheiro para uma miríade de aplicações, mas neste sector temos que possuir boas condições. Que explicação dará o senhor Ministro? Tem sempre resposta pronta, para encerramento de maternidades, de centros de saúde, de urgências. Concordamos com racionalizações de meios, mas no caso da saúde a racionalização passa por mais alguma coisa que apenas distâncias, densidades e morbidades.
Por exemplo, há cerca de 32 anos uma futura mãe que morasse a 6 Km de Alijó, demoraria cerca de 10 min. a chegar ao hospital dessa vila, onde seria assistida. Hoje teria que ir para Vila Real e demoraria cerca de 1 hora e 10 min.. Entretanto o hospital foi desclassificado e passou a ser centro de saúde. Acreditem ou não este centro de saúde está exactamente igual ao hospital de há 32 anos, mas agora mais degradado.
Poder-se-ia falar de centenas de situações que são o reflexo do estado da saúde, como por exemplo esperar 3 horas no hospital de Valongo para uma sutura de 3 pontos ou esperar 2 horas no centro de saúde de Ermesinde para uma muda de penso. Os profissionais são excelentes, mas são poucos... e a “racionalização” levada a cabo pelo governo Sócrates/Cavaco só é racional para quem esquece as pessoas.
ABAIXO O GOVERNO SÓCRATES/CAVACO!
POR UM SNS EFICAZ, GERAL E GRATUITO PARA O POVO!
baseado em correspondência do camarada P. Veríssimo